Caso Amy

Pernambucana tenta recuperar guarda da filha em nova audiência nos EUA

Mariana Dantas
Mariana Dantas
Publicado em 21/05/2015 às 14:35
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A esperança de Karla aumentou depois que transcrições de depoimentos de Amy chegaram à Justiça do Texas / Foto: reprodução/Facebook

A esperança de Karla aumentou depois que transcrições de depoimentos de Amy chegaram à Justiça do Texas Foto: reprodução/Facebook

A pernambucana Karla Janine Sarmento, 44 anos, que luta há mais de um ano para recuperar a guarda da filha Amy, 7, pode estar prestes a ter uma importante conquista. Na manhã desta sexta-feira (22), acontece a primeira audiência para decidir se a guarda da menina permanecerá com o pai, o americano Patrick Joseph Galvin, registrado como sex offender (cadastro de pedófilos) pela polícia da Flórida e quem Karla acusa de ter abusado sexualmente da garota. A audiência está prevista para começar às 9h (horário de Brasília), na Flórida.

Karla perdeu a guarda de Amy no dia 16 de janeiro de 2014, ao ser presa no Texas, acusada de descumprir decisão judicial. A pernambucana fugiu com a filha da Flórida para o estado texano, segundo ela, para proteger a menina do pai. De lá para cá, Karla ficou presa por 23 dias, foi condenada a 18 meses de condicional e passou mais de cinco meses sem ver a filha. Desde setembro, ela tem o direito de visitá-la apenas uma vez por semana, por uma hora e meia, com presença de um supervisor. Também não pode se comunicar em português e perguntar sobre a relação da menina com o seu pai.

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Nas últimas visitas, Karla começou a estranhar o comportamento da filha. “A minha neta sempre foi muito ativa, esperta e alegre. Minha filha (Karla) percebeu que ela estava diferente, muito calada, com olhar triste, como se estivesse dopada”, conta Kátia Sarmento, mãe da pernambucana. A queixa de Karla fazia sentido. Questionado por um órgão da justiça americana no dia 20 de março, o pai Patrick Joseph Galvin admitiu que a menina estava tomando remédios controlados de tarja preta por problemas de hiperatividade. “Apesar do abuso e de todo o drama que ainda sofre, Amy sempre foi uma garota muito esperta e sempre teve acompanhamento psicológico. Em todos esses anos, nunca foi diagnosticada com qualquer distúrbio”, disse a avó.

A esperança de Karla em recuperar a guarda da filha aumentou depois que as transcrições dos depoimentos feitos por Amy à Justiça do Texas, quando a garota ficou sob a guarda Department of Children and Families (DCF), espécie de conselho tutelar, chegaram finalmente à Justiça da Flórida, no último dia 10 de maio (nos Estados Unidos, as justiças estaduais são independentes e as informações colhidas não são compartilhadas). “Lutávamos há tempo para que as transcrições fossem enviadas à Flórida, incluindo o depoimento em que Amy confirma, em detalhes, para 12 profissionais do Texas, que sofreu abuso do pai. É inadmissível um sex offender ter a guarda de uma criança”, disse Kátia. A expectativa da família é de, pelo menos, retirar a guarda de Galvin e, depois, reaver a guarda para a mãe na Justiça.

O americano foi incluído no cadastro de pedófilos da polícia da Flórida por ter abusado sexualmente de uma filha de 15 anos e da enteada de 16, nos anos de 1995 e 1996.

CAMPANHA - Na luta para resolver o seu drama, Karla criou petição online no Change.org e hoje conta com 139 mil assinaturas. A pernambucana também administra a página "Welovekarlamy" no Facebook, onde divulga o seu caso.

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