Karla e Amy

Separadas há cinco meses, mãe e filha terão encontro neste sábado nos EUA

Mariana Dantas
Mariana Dantas
Publicado em 19/09/2014 às 18:36
Leitura:

O último encontro entre mãe e filha ocorreu no dia 1º de abril, no Texas  / Foto: Facebook/cortesia

O último encontro entre mãe e filha ocorreu no dia 1º de abril, no Texas Foto: Facebook/cortesia

Entre tantas situações difíceis que precisou enfrentar nos últimos meses, a felicidade "parecia ter abandonado" a pernambucana Karla Janine, que mora nos Estados Unidos. Mas, ao ser surpreendida com a informação de que, após mais de cinco meses de angústia, poderá finalmente abraçar a filha neste sábado (20), Karla voltou a sorrir. A informação inesperada fez a pernambucana perder a voz e contar os segundos para rever sua pequena Amy, de sete anos. O encontro será em uma sala com gravação de áudio e presença de supervisor, terá duração de apenas 1h30 e só será permitido conversar em inglês. "Isso agora não importa. Só quero voltar a olhar nos olhos de Amy, colocá-la no meu colo, como fazíamos sempre", afirma a pernambucana.
 
Karla não sabia que, desde abril, já tinha autorização da Justiça da Flórida para visitar a filha e só descobriu porque, no início da semana, resolveu ir ao escritório da Castle Value Visit - empresa sediada na cidade de Stuart (cidade onde Amy mora com o pai, o norte-americano Patrick Joseph Galvin) e que tem autorização da justiça para receber visitas monitoradas entre pais e filhos.

LEIA MAIS:
»
Pernambucana terá que aguardar nova audiência para visitar filha
» Pernambucana não tem notícias da filha há cinco meses nos EUA
» Filha de pernambucana volta para casa do pai acusado de abusá-la
» Pernambucana presa no Texas é liberada
» Ministro das Relações Exteriores recebe mãe de pernambucana
» Petição online pressiona justiça dos EUA
» Itamaraty concede registro de dupla cidadania para criança
» OAB-PE promete ajudar pernambucana
» Pernambucana foge com filha e acaba presa nos EUA

No último dia 15 de setembro, Karla participou de audiência para solicitar o direito de visitar Amy. A guarda da menina pertence ao pai, registrado como sex offender na Flórida e a quem Karla acusa de ter abusado sexualmente da garota. Na audiência, a pernambucana também pediu que as visitas fossem realizadas na cidade de West Palm Beach, onde reside. Ela argumentou que, em Palm Beach, os encontros acontecem dentro do fórum, onde se sentiria mais segura e com a presença de um tradutor. O juiz Shields McManus recebeu o pedido e decidiu marcar uma nova sessão sobre o caso. "Como pedi para que os encontros fossem realizados em Palm Beach, o juiz resolveu remarcar nova audiência. Porém, em nenhum momento fui informada que esse mesmo juiz já tinha autorizado as visitas em Stuart", explica a pernambucana.

Karla afirma que não deixará de lutar pela guarda de Amy

Karla afirma que não deixará de lutar pela guarda de Amy Foto: Facebook/cortesia

A autorização foi concedida em 3 de abril, mesmo dia em que Amy foi entregue ao pai. Além da exigência de ser monitorada e de só poder se comunicar em inglês, Karla precisava resolver sua pendência criminal. Ela foi julgada por ter descumprido ordem judicial e fugido com a filha da Flórida para o Texas - o julgamento ocorreu em julho passado, quando Karla foi condenada a 18 meses de condicional. "Desde julho eu poderia ter visto minha filha, mas não sabia disso. Nunca fui informada pela Justiça, nem por minha advogada ou pelo Consulado Brasileiro. Mas o importante é que agora vou abraçar Amy", disse Karla, acrescentando que o ex-marido já foi informado e confirmou que levará a menina para o encontro.
 
Sobre o que pretende falar para a pequena Amy neste sábado, Karla afirmou que dirá mais uma vez que nunca desistirá de tê-la ao seu lado, por mais que isso demore. "Também quero saber como são seus dias, se está na escola e, principalmente, se está bem”. 

ENTENDA O CASO -
Karla justifica que fugiu com a filha da Flórida para o Texas após o processo de abuso sexual contra o ex-marido ter sido arquivado, mesmo, segundo ela, com a apresentação de laudos do Department of Children and Families (DCF), espécie de conselho tutelar, e do parecer de um psicólogo confirmando o abuso sexual.

Quando Karla foi detida, Amy passou a morar com uma família provisória, sob a custódia do estado do Texas. Mas, em abril, a menina, que nasceu nos Estados Unidos, foi levada por um representante da Justiça da Flórida para ser entregue ao pai.

Mais lidas