Paralisação

Após rejeitar nova proposta, bancários decidem manter greve

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Publicado em 28/09/2016 às 21:28
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Com a rejeição da oferta, a categoria mantém a greve que dura mais de 20 dias, sendo a 3ª maior desde 2004. / Foto: Fernando da Hora/ JC Imagem

Com a rejeição da oferta, a categoria mantém a greve que dura mais de 20 dias, sendo a 3ª maior desde 2004. Foto: Fernando da Hora/ JC Imagem

O Comando Nacional dos Bancários (Contraf) rejeitou, mais uma vez, a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em assembleia realizada nesta quarta-feira (28), em São Paulo. Com isso, a categoria mantém a greve que já dura mais de 20 dias, sendo a terceira maior desde 2004.

Entre as ofertas apresentadas nesta quarta estão reajuste salarial de 7%, mais R$ 3,5 mil de abono para este ano, além do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 0,5%. Segundo a classe, a proposta causa perdas significativas para os trabalhadores.

Uma assembleia está prevista para acontecer na próxima segunda-feira (3), às 18h, na sede do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife. A reunião vai definir estratégias de resistência do movimento para os próximos dias. Para a categoria no Estado, "não há explicação que justifique uma proposta tao rebaixada como esta".

Os trabalhadores reivindicam reajuste de 14,78%, sendo 5% de aumento real, considerando inflação de 9,31%; participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários acrescidos de R$ 8.317,90; piso no valor do salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24), e vales alimentação, refeição, e auxílio-creche no valor do salário mínimo nacional (R$ 880). Também é pedido décimo quarto salário, fim das metas abusivas e do assédio moral.

Atualmente, os bancários recebem um piso de R$ 1.976,10 (R$ 2.669,45 no caso dos funcionários que trabalham no caixa ou tesouraria). A regra básica da participação nos lucros e resultados é 90% do salário acrescido de R$ 2.021,79 e parcela adicional de 2,2% do lucro líquido dividido linearmente entre os trabalhadores, podendo chegar a até R$ 4. 043,58. O auxílio-refeição é de R$ 29,64 por dia.

Nessa terça-feira (27), a Fenaban apresentou um modelo de acordo que tinha validade por dois anos (2016 e 2017), mas foi rejeitado pelo comando nacional da greve.

Impasse entre OAB e bancários

O pagamento de alvarás gerou um impasse entre a Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) e o Sindicato dos Bancários. Após a categoria decidir que não é responsabilidade da organização sindical convocar trabalhadores e abrir uma agência com o próposito de atender à demanda de advogados, a OAB ameaça cobrar o pagamento de multa diária no valor de R$ 10 mil, pedir o aumento da sanção financeira e, ainda, a prisão do representante do sindicato, caso a resistência continue. A greve começou no dia 6 deste mês.

A OAB-PE conseguiu liminar no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que determinava a abertura de bancos por duas horas, com 30% dos funcionários trabalhando, durante o período de greve. A pena para o descumprimento da medida é de R$ 10 mil. O sindicato não aceitou, pois afirma que já está cumprindo com a Lei da Greve e está trabalhando com 30% do efetivos em agências bancárias. 

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