Epidemia

Caruaru registra 454 notificações de chicungunha desde o início do ano

Julliana de Melo
Julliana de Melo
Publicado em 14/02/2016 às 18:29
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Segundo a Vigilância Sanitária de Caruaru, 454 pessoas foram notificados com casos de chicungunha / Foto: Agência Brasil

Segundo a Vigilância Sanitária de Caruaru, 454 pessoas foram notificados com casos de chicungunha Foto: Agência Brasil

Caruaru, no Agreste de Pernambuco, foi destaque em todos os noticiários do Estado, após a morte do ceramista Manuel Eudócio, aos 85 anos, que foi sepultado neste domingo (14). De acordo com a Prefeitura de Caruaru e a Fundação de Cultura e Turismo, o discípulo de Mestre Vitalino "sofria de diabetes e apresentava sintomas da febre chicungunha", uma das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, atual inimigo número 1 dos brasileiros. O município agrestino é uma das localidades no País que enfrentam o surto e têm registrado ocorrências de dengue, chicungunha e zika vírus. O Hospital Mestre Vitalino, onde o ceramista estava internado, ainda não se pronunciou sobre a causa oficial da morte.

De acordo com os números da Vigilância Epimidemiológica de Caruaru, desde o início do ano até agora, o município já apresenta 454 casos relacionados à febre chicungunha. Cerca de 240 pessoas já foram notificadas com dengue; enquanto que 271 pessoas apresentaram sintomas do zika vírus. Segundo a secretaria, cerca de 70% das notificações são descartadas após as investigações e comprovações.

Paulo Florenço, diretor de Vigilância Sanitária de Caruaru, minimiza os dados e garante que o município apresenta índice inferior de casos relacionados à chicungunha, se comparado aos de outras cidades vizinhas. "Desde de que os primeiros casos apareceram na Bahia, a secretaria de saúde já se prepara para eliminar as larvas e combater o mosquito. Há dois anos que a secretaria treina agentes de endemia e de saúde para combater o vírus", argumentou.

Ainda segundo ele, a prefeitura faz mutirões de eliminação do Aedes nos bairros de Caruaru. Diante dos casos comprovados, o órgão direciona agentes para os locais com maior número de indivíduos infectados com o vírus. "Estamos sempre realizando ações recomendadas de combate, tanto diretamente no foco da larva, quanto do mosquito. Nas casas, os agentes aplicam larvicidas biológico ou químico, além da eliminação mecânica (vedação do reservatório)", completa o diretor.

Com a procura de pacientes nas unidades de saúde do município, Florenço garante que as emergências estão preparadas para suportar a quantidade de pacientes neste período do ano. "Os hospitais estão tendo uma maior demanda, mas estamos nos preparando há dois anos para a epidemia. O surto não pegou Caruaru de surpresa", justifica.

O presidente da Associação de Moradores do Alto do Moura (ABMAM), Aldir José da Silva, afirma que no local alguns moradores, como o ceramista Manuel Eudócio, apresentaram casos relacionados ao Aedes aegypti, mas precisa coletar mais dados com a vizinhança. "Vamos mandar um ofício para a secretaria de saúde para contabilizar os números atuais para obtermos um balanço", disse.

MUTIRÃO - Bairros de Caruaru com maior incidência de focos do mosquito Aedes aegypti  receberam o mutirão para extinguir as larvas nesse sábado (13). Cerca de 2,7 mil casas foram vistoriadas por agentes de endemias e 40 soldados do Exército.

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