Riscos

OMS diz que relatório sobre câncer não é chamado para deixar de consumir carne

Maria Luiza Veiga
Maria Luiza Veiga
Publicado em 29/10/2015 às 19:35
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Consumo excessivo de carnes vermelhas em geral - incluindo bovina, suína e ovina - foi incluído no Grupo 2a, como "provavelmente cancerígenas" / Foto: Free Images

Consumo excessivo de carnes vermelhas em geral - incluindo bovina, suína e ovina - foi incluído no Grupo 2a, como "provavelmente cancerígenas" Foto: Free Images

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou nesta quinta-feira (29) que o relatório divulgado nesta semana que associa o consumo de carnes processadas ao câncer não é um chamado para que as pessoas parem de comer carne. 

Baseando-se em mais de 800 estudos, a Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), colocou o consumo excessivo de carnes processadas como embutidos no Grupo 1 do risco de contrair câncer, principalmente colorretal.

O consumo excessivo de carnes vermelhas em geral - incluindo bovina, suína e ovina - foi incluído no Grupo 2a, como "provavelmente cancerígenas".

O estudo "não pede para que as pessoas deixem de comer carnes processadas, mas aconselha uma redução do seu consumo, o que pode diminuir o risco de câncer colorretal", explicou a OMS em comunicado divulgado nesta quinta.  

A agência da ONU cita pesquisas que atribuem 34.000 mortes ao ano à alimentação rica em carnes processadas. Número baixo comparado ao milhão de mortes anuais atribuídas ao tabaco, 60.000 pelo consumo de álcool e 200.000 por causa da poluição. 

Mas o estado atual da pesquisa "não permite" determinar uma quantidade segura para o consumo de carne, ressaltou a OMS. 

No início do próximo ano, os especialistas "começarão a considerar as implicações para a saúde pública dos mais recentes avanços na ciência e em vez de carne processada e carne vermelha numa dieta saudável", disse a OMS.

Os produtores de carne de todo o mundo rejeitaram veementemente o relatório da IARC. O ministro da Agricultura australiano chamou o estudo de "farsa", enquanto o American Meat Institute acusou o IARC de "distorcer os números para obter certos resultados". 

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