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Obesidade aumenta risco de hipertensão em crianças

NE10
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Publicado em 25/04/2014 às 16:57
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Embora seja conhecida como uma 'doença de adultos', a hipertensão também atinge crianças e adolescentes. Os maus hábitos na alimentação, o sedentarismo e a obesidade são os principais causadores da doença, cuja incidência no Brasil é de 5% entre pessoas de 6 a 17 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). Porém, esse percentual pode crescer ainda mais.

Neste sábado (26), quando se comemora o Dia Nacional de Combate à Hipertensão, os médicos alertam sobre a necessidade dos pais de cuidar da alimentação e incentivar a prática de atividade física dos pequenos. 

“As crianças obesas são as mais propensas a ter pressão alta. Recebo em meu consultório crianças com obesidade grave, a maioria em idade escolar, que possuem um estilo de vida inadequado, com muita gordura e sal na alimentação e pouca atividade física', afirma a endocrinologista infantil Ana Carla Neves. 

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Recomenda-se que sejam feitas medições de rotina em crianças a partir dos quatro anos

Segundo estudo divulgado pela SBH, pesquisadores analisaram os registros de saúde de quase 250 mil crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos, e descobriram  que aquelas que estavam com sobrepeso tinham duas vezes mais chances de ter pressão arterial elevada do que as crianças com peso normal.

Vale destacar que as consequências da hipertensão são as mesmas para adultos e crianças, entre elas o risco de lesões no chamados de órgãos-alvo: cérebro, coração e rins. 'A pressão alta atinge diretamente o sistema cardiovascular, aumentando a probabilidade de um acidente vascular cerebral (AVC) ou insuficiência cardíaca. Por isso é tão importante pensar no futuro dessa criança', afirmou a médica Ana Carla;

Segundo a endocrinologista infantil, quando a hipertensão é diagnosticada na infância, na maioria dos casos, só a mudança no estilo de vida pode controlar a pressão, sem a necessidade de tratamento medicamentoso.

'Meu filho recebeu o diagnóstico de pressão alta há dois meses. Embora também seja hipertensa, o fator predominante no caso dele não foi a hereditariedade, e sim a obesidade. Seguindo a orientação médica, mudamos a sua alimentação e seus hábitos. Em apenas dois meses, sua pressão já está controlada', afirma a mãe de uma criança de 7 anos, com alto grau de obesidade, que preferiu não se identificar. O seu filho, que pesava 52kg antes da dieta, hoje está com 48kg.

CUIDADOS
- Recomenda-se que sejam feitas medições de rotina em crianças a partir dos quatro anos de idade. Se a mãe percebe que esse cuidado não faz parte da rotina do pediatra, tem de lhe pedir que faça a medição.

Outro detalhe importante é o aparelho de medição é diferente do utilizado em adultos. 'O equipamento precisa ter ajustes adequados, já que os bracinhos das crianças são menores. Em relação ao resultado, a pressão arterial nas crianças varia de acordo com a idade, o peso e a altura. Existem tabelas que definem o valor', afirma a médica Ana Carla;

ADULTOS - A hipertensão arterial ainda é responsável por 9,4 milhões de mortes por ano no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde de 2013. No Brasil, quase um quarto da população é hipertensa: 24,3% dos brasileiros possuem a doença, de acordo com levantamento do Ministério da Saúde (MS), divulgado em novembro do ano passado. Entre as capitais brasileiras, o Recife aparece em segundo lugar com 26,9% de hipertensos. Rio de Janeiro é o campeão, com 29,7%

Vale ressaltar que a pressão alta é responsável por 45% dos ataques cardíacos e 51% dos acidentes vasculares cerebrais, segundo a Organização Mundial da Saúde. Considerada uma doença silenciosa, os sintomas costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito: podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.

» Confira o percentual de pessoas com hipertensão nas capitais brasileiras (Ministério da Saúde):

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