O senador Delcídio Amaral (PT-SP) chamou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de "menino de recados" do banqueiro André Esteves em assuntos de interesse do Banco BTG. Foto: Agência Brasil
- Em SP, protesto terá integrantes da tropa de choque de Eduardo Cunha na Comissão de Ética da Câmara
- Eduardo Cunha quer instalar até sexta comissão para analisar impeachment de Dilma
- Cunha quer apressar processo do impeachment para tirá-lo de cena, diz Wagner
Delcídio ressaltou ainda que o BTG seria um dos maiores mantenedores do Instituto Lula. "Um dos instrumentos utilizados para repasse de valores seria o velho esquema de pagamento de 'palestras'", denunciou o senador. Além do próprio ex-presidente Lula, o ex-ministro petista Antônio Palocci seria uma espécie de "gendarme" de Esteves no esquema, nas palavras do delator.
O documento de delação revela que a maior preocupação de Lula e André Esteves é com relação à PetroAfrica. A polêmica operação levou à aquisição pelo BTG de 50% de campos de petróleo, principalmente na Nigéria, por um valor muito aquém do que a própria Petrobras já teria investido e abaixo do potencial dos poços.
Delcídio lembra ainda que o BTG teve papel preponderante em várias campanhas eleitorais, e alega que André Esteves tem "relações próximas" com fundos de pensão de empresas estatais. O delator também afirma ser "fato conhecido" a relação do banqueiro com o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
O ex-senador deixou a prisão em 19 de fevereiro, após ter ficado quase três meses na cadeia acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato STF, homologou nesta terça delação premiada do senador e abriu o sigilo dos autos.