Educação Infantil

Acolhida suaviza a adaptação escolar de crianças e pais

Fabíola Blah
Fabíola Blah
Publicado em 08/08/2019 às 7:00
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A iniciação escolar de um filho ainda pequeno costuma ser difícil para a maioria dos pais, mas a ajuda especializada pode contornar o sentimento de culpa e transformar a etapa em uma fase de descobertas familiares. Por isso, a escola precisa estar pronta para contribuir com o processo, apontando caminhos e mostrando que o aprendizado deve ser uma construção coletiva e contínua. No Colégio GGE, por exemplo, uma equipe de profissionais preparados e métodos específicos ajudam para que a iniciação ocorra, para crianças e pais, da forma mais tranquila e proveitosa possível.

 / Foto: Divulgação

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“Como é uma dificuldade comum, trabalhamos com essa acolhida. A adaptação é um processo em que, muitas vezes, atendemos mais aos pais do que às crianças. Elas ficam bem, eles sentem mais”, diz a diretora pedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental 1 do GGE, Anabelle Veloso. A instituição de ensino, que tem várias unidades no Recife e em Caruaru, no Agreste do Estado, tem equipes de psicologia focadas nessa acolhida, na escuta e na orientação às famílias de alunos novatos. O atendimento consiste em tranquilizar os pais quanto aos cuidados que a criança receberá, os benefícios da convivência com colegas da mesma idade e a rotina escolar. 

O GGE envolve todos os profissionais da Educação Infantil no processo de adaptação. A rotina vai sendo firmada aos poucos, começando com horários crescentes, períodos reduzidos que vão sendo ampliados gradativamente. “A gente encurta o tempo de retorno dos pais. Fazemos atividades rápidas para que, quando a criança menos esperar, a mãe esteja de volta. E aí vamos aumentando o tempo e ela vai se acostumando aos poucos”, explica Anabelle.

 Também na integração, o novo aluno precisa ser conquistado pela brincadeira, que nessa fase vai ter a finalidade de conduzir a criação de laços, de momentos de afetividade com as novas pessoas de referência. “Isso não quer dizer que não vá acontecer o momento do choro. E é preciso que, mesmo que a criança chore, a mãe permita que a professora acalente e possa criar o vínculo. Apenas em situações em que choro é mais insistente, nós buscamos a mãe novamente”.

Várias dependências da escola são utilizadas para que a integração não se torne monótona. Todas seguindo medidas de segurança que protegem os pequenos, mas sem criar ambientes extremamente artificiais. “Não adianta um chão todo emborrachado e criar um mundo artificial. As ruas não são assim. Adaptação é a acolhida, é uma forma de mostrar à criança que ali também é um ambiente bom, de desenvolvimento”, afirma a diretora.

Mas os resultados não demoram a aparecer. O primeiro semestre é bastante revelador, é quando os pais conhecem melhor o potencial da criança. Principalmente daquelas que são filhos únicos, que chegam muito dependentes, não se alimentam sozinhos, e a mãe fica com medo quando vê a turminha com 15 crianças. E como a professora dá conta? “Os pais passam a perceber que a criança consegue se alimentar sozinha, que consegue fazer atividades de vida prática sozinha, porque são orientadas e estimuladas a isso. E tudo isso é extremamente importante, tanto para a autonomia quanto para a autoconfiança”, diz Anabelle.

Viroses e mais viroses

Outra preocupação dos responsáveis quando decidem iniciar a vida escolar das crianças pequenas é com a saúde. A frequência de quadros infecciosos e alergias pode assustar um pouco, mas são absolutamente normais. “Para se ter uma ideia, entre 1 e 3 anos, as crianças têm de 6 a 11 viroses. Isso é uma média nacional, que tende a ser maior em regiões onde o clima oscila mais. Mas quando essas crianças iniciam a vida escolar, pode até dobrar esse número de infecções”, diz a pediatra Vivianne Barreto, mãe de aluno do Colégio GGE.

Obviamente que os quadros dependem de alguns fatores. Segundo Vivianne, se a criança tiver predisposição a desenvolver quadros alérgicos, do seu estado nutricional e do sistema imunológico. “Alimentação saudável e hidratação são fundamentais, assim como manter o cartão de vacinação em dia. Sabemos que é importante para a criança entrar em contato com esses agentes virais. Antes de 1 ano de idade, o ideal é evitar, mas a partir daí é preciso priorizar a socialização dessa criança”, acrescenta a pediatra.

Vivianne Barreto diz ainda que as viroses mais comuns são as respiratórias, amigdalites e faringoamigdalites, rinossinusite e até quadros gastrointestinais, causados pelo hábito comum que os pequenos têm de levar as mãos à boca. A especialista explica que a orientação é que salas de aulas para crianças pequenas não tenham ar-condicionados, mas ventilação natural, a exemplo dos espaços do GGE, que ajudam na circulação do ar e minimizam o contágio. “O ideal é que, percebendo os sintomas, os pais deixem a criança em casa e acompanhem, evitando a contaminação”, explica Vivianne.

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