Gúbio Soares realizou a descoberta esta semana ao lado da pesquisadora Silvia Sardi Foto: Conselho Regional de Farmácia da Bahia
O mistério pode ter sido resolvido. Nem dengue, chikungunya ou virose. As pessoas que têm apresentado sintomas como febre branda, manchas na pele, diarreia, dores nos olhos podem estar infectadas com o zika vírus, uma doença inédita na América Latina, porém muito comum em diversas regiões dos continentes africano e asiático. Em 2013, inclusive, houve um surto no qual centenas de pessoas foram diagnosticadas com esse mal na Polinésia Francesa, na Oceania.
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Segundo Gúbio, a doença, que nunca havia sido registrada no Brasil, pode ter chegado ao País na época da Copa do Mundo, em 2014, porém acabou passando despercebida por causa da semelhança com a dengue. “O zika vírus é transmitido da mesma forma que a dengue e a chikungunya, ou seja, através do mosquito Aedes aegypti, além de outros mosquitos da mesma família, e o que mais se tem no Nordeste do Brasil é mosquito”, ressaltou o estudioso, que revelou: “Além dos sintomas que se confundem com a dengue, o paciente ainda pode apresentar sinais de conjuntivite”.
Nova doença apresenta sintomas comuns à dengue, com as manchas no corpoFoto: Mari Frazão/NE10
“A chegada da chikungunya na Bahia e o grande número de pessoas notificadas com dengue nos fez pesquisar melhor as amostras e identificar esse flavuvírus que nunca havia sido identificado na América Latina”, comentou Gúbio Soares. Apenas exames de sangue podem identificar a presença do zika vírus. O tratamento para esse mal é mesmo usado contra a dengue, podendo o doente se recuperar num período mais breve - cerca de cinco dias. A descoberta dos pesquisadores Gúbio Soares e Silvia Sardi foi possível graças ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), que disponibilizou recursos através do Programa de Apoio à Pesquisa para o SUS (PPSUS).
A Secretaria de Saúde de Pernambuco foi procurada para se posicionar sobre a descoberta desta doença e possíveis casos no Estado.