A posse de Donald Trump tem sido uma "ótima oportunidade" para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Foto: Dan Balilty / AFP
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A posse de Donald Trump tem sido uma "ótima oportunidade" para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Veja uma lista de decisões e declarações israelenses desde 20 de janeiro, dia da posse de Trump.
20 de janeiro: 'Meu amigo'
"Felicitações a meu amigo, o presidente Trump. Alegro-me com a ideia de trabalhar em estreita colaboração com você para fazer a aliança Israel-EUA mais forte do que nunca", tuitou Netanyahu no dia da posse de Trump em Washington.
21 de janeiro: 'Soberania'
"Pela primeira vez em 50 anos, o primeiro-ministro tem a opção: a soberania (de Israel na Cisjordânia ocupada) ou um Estado palestino" independente, tuitou um dos pilares do governo de Israel, o nacionalista religioso Naftali Bennett, defensor da anexação de parte da Cisjordânia.
22 de janeiro: Anexação?
Bennett quer apresentar no Conselho de Ministros um texto que defende a anexação de uma das maiores colônias da Cisjordânia. A anexação de Maale Adumin acabaria com qualquer possibilidade de criar um Estado palestino.
O tema é tão delicado que Netanyahu havia adiado toda decisão para depois de seu encontro com Trump em meados de fevereiro.
Mas, segundo a ministra da Justiça Ayelet Shaked, próxima de Bennett, as regras do jogo mudaram: "é preciso compreender rapidamente e criar os fatos" no terreno.
22 de janeiro: avança a colonização em Jerusalém
A prefeitura israelense de Jerusalém deu seu aval definitivo para a construção de 566 habitações em Jerusalém oriental, ocupada e anexada. "Já não temos as mãos atadas, como na época de Barack Obama", declarou Meir Turjeman, vice-prefeito.
22 de janeiro: sem freios
Netanyahu promete diante dos ministros levantar todas as restrições à colonização em Jerusalém oriental agora que Obama deixou o cargo, informou a imprensa sem que o governo desmentisse.
23 de janeiro: 'ótima' oportunidade
Após oito anos de "enorme pressão" exercida por Obama sobre Israel sobre a questão do Irã e as colônias, "estamos diante de um ambiente favorável para a segurança e o futuro do Estado de Israel, mas isso requer um sentido de responsabilidade e prudência da nossa parte, para não perder esta ótima oportunidade", afirmou Netanyahu aos membros de seu partido Likud.
24 de janeiro: colonização na Cisjordânia
Israel anunciou a construção de 2.500 habitações em assentamentos na Cisjordânia, o maior anúncio sobre o tema em anos. "Estamos construindo e vamos continuar construindo", tuitou Netanyahu.
26 de janeiro: colonização (bis)
A prefeitura de Jerusalém autoriza definitivamente 153 novas casas. "Nos próximos meses vamos entregar as licenças para milhares de habitações", afirmou Turjeman.
29 de janeiro: embaixada dos EUA
"A embaixada dos Estados Unidos deve vir para cá, em Jerusalém", e não ficar em Tel Aviv, declarou Netanyahu recordando uma das promessas de Trump. Uma mudança que seria uma guinada diplomática histórica.
30 de janeiro: apropriação de terras
O Parlamento israelense começa seus trabalhos para adotar uma lei que permitiria Israel apropriar-se de centenas de hectares de terras palestinas na Cisjordânia ocupada.
1º de fevereiro: Cisjordânia (bis)
Israel anuncia a construção de 3.000 novos assentamentos na Cisjordânia ocupada.
As declarações de Netanyahu não se limitaram ao conflito israelense-palestino. O primeiro-ministro afirma que com Trump "as coisas vão mudar" em relação ao Irã, um inimigo de Israel.
Seu entusiasmo no Twitter lhe valeu até mesmo uma crise diplomática com o México em relação ao muro que Trump quer construir na fronteira sul dos Estados Unidos.