Os contornos dos ossos se revelam com precisão na tela, embora a composição do fóssil seja "quase a mesma" da dos sedimentos. Foto: Billy De Klerk / ESRF / AFP
"É fantástico", exclamou o paleontólogo sul-africano Jonah Choinière ao mostrar as imagens do crânio deste heterodontossauro nas telas de um dos laboratórios do centro de pesquisa European Synchrotron Radiation Facility (ESRF), situado Grenoble.
Esta importante instalação científica internacional é capaz de produzir luz síncrotron, uma radiação eletromagnética intensa que permite observar átomos e moléculas dentro de qualquer tipo de material.
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Os contornos dos ossos se revelam com precisão na tela, embora a composição do fóssil seja "quase a mesma" da dos sedimentos, afirma Vincent Fernandez, paleontólogo do ESRF. Um tomógrafo, por exemplo, não conseguiria distinguir muita coisa.
Os heterodontossauros viveram 200 milhões de anos atrás. Este herbívoro mede cerca de um metro de comprimento, e não se sabe qual era a função dos seus dentes variados. Inaugurado em 1994, o ESRF reúne pesquisadores de 21 países.
A luz síncrotron é produzida por elétrons de alta energia em um acelerador de partículas cíclico, no qual as partículas são aceleradas por um campo elétrico e desviadas por um campo magnético. Em Grenoble, este anel tem 844 metros de circunferência.
O governo brasileiro está construindo e planeja lançar em 2018 o Sirius, uma fonte de luz síncrotron que pretende ser uma das mais avançadas do mundo, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas.