Valentina, 12 anos, foi alvo de comentários de cunho sexual enquanto participava do MasterChef Júnior Foto: divulgação
“Eu tinha 11 anos e um homem por volta dos 50 que morava no mesmo bairro que eu, passou por mim, eu de camiseta, sem usar sutiã e com os seios começando a apontar, disse: deixa eu chupar seu peitinho, gostosa!”, desabafou Zaíra Alves, no Facebook.
#primeiroassedio Eu tinha 11 anos e um homem por volta dos 50 que morava no mesmo bairro que eu, passou por mim, eu de...
Posted by Zaíra Alves Magalhães Pires on Quinta, 22 de outubro de 2015
Já a estudante de psicologia Camila Alves usou sua conta no Twitter para abrir o verbo sobre os abusos sexuais com um post que retrata uma conversa: ‘vc deveria parar de falar que foi estuprada’/ ‘mas eu fui’/ ‘mas não precisa ficar chocando as pessoas.’ Em pouco tempo, relatos como esses deram força para que outras pessoas contassem seus casos, muitos nunca revelados. Somente entre essa quarta (21) e esta quinta a hashtag foi citada mais de 2,5 mil vezes.
7 anos, quadra da escola, 4 meninos me suspendem e tentam tirar minhas roupas. Gritei igual louca e eles fugiram #primeiroassedio
— Meu nome não é Mary (@mary_maravilha) 22 outubro 2015
'vc deveria parar de falar que foi estuprada' 'mas eu fui' 'mas não precisa ficar chocando as pessoas' #primeiroassedio
— La sirène (@camilacomleite) 22 outubro 2015
Teve tambem um "tarado" que mostrou o pau pra mim e minhas primas. #PrimeiroAssedio
— ninalemos (@ninalemos) 22 outubro 2015
Antes de tweetar a tag #PrimeiroAssedio, hesitei. Vergonha. Espera! Quem devia se sentir assim são os homens desse tipo, não eu. Postei.
— Pollyana Teixeira (@_pollyanat) 22 outubro 2015
Tinha uns 10 anos e passava por um lugar movimentado, um senhor colocou a mão dentro da minha blusa e disse: "que tesão" #PrimeiroAssédio
— Sâmia Louise (@samialouise) 22 outubro 2015
Tinha 13 anos qnd fui tirar minha ident. O servidor q fez minha digital perguntou se era verdade que magrinhas "aguentavam" #PrimeiroAssédio
— Bruxa Onilda (@byankarruda) 21 outubro 2015
REVOLTA - Após diversas mulheres contarem suas histórias de abuso nas redes sociais, alguns seguidores passaram a fazer chacota das publicações que usaram a hashtag #PrimeiroAssédio. Entre eles está o músico Roger Moreira, da banda Ultraje a Rigor. Ele fez a seguinte publicação: "#primeiroassedio Acho que eu tinha uns 10 anos. Uma empregada me deixou pegar nos peitos dela. Foi bom pra cacete." Em seguida, dezenas de mulheres se mostraram decepcionadas com o tom do post e iniciaram um bate boca na timeline do artista. Além dele, outras pessoas fizeram piada, gerando uma onda de postagem revoltosas com a dita "falta de respeito" pela campanha.
Os caras que estão ridicularizando a tag #primeiroassédio estão expressando o privilégio que têm de não sofrerem com isso.
— Lady Sybylla (@Sybylla_) 22 outubro 2015
Debochar da hashtag #primeiroassedio é tão pequeno, tosco e vulgar que desafia adequada descrição. Tem que ser BEM otário, em suma.
— Igor Natusch (@igornatusch) 22 outubro 2015
Inacreditável que tem homi fazendo piadinha na tag.. gente, pedofilia, estupro e assédio sexual não é motivo de piada #primeiroassedio
— princess azula (@truegritte) 22 outubro 2015
EU TINHA 17 ANOS ESTAVA EMBRIAGADO NA DISCOTECA QUANDO UMA OBÊSA ME AGARROU E MAIS TARDE ME ESTUPROU ISSO ACONTECE ATÉ HOJE #primeiroassedio
— JOAQUIN TEIXEIRA (@JOAQUINTDASILVA) 22 outubro 2015
Por que algumas mulheres ficam tão putas de serem mulheres? Por que tanta raiva dos homens? Será vontade de ser como nós?
— Roger Rocha Moreira (@roxmo) 22 outubro 2015