Cocaína

Brasileiro será executado na Indonésia por tráfico de drogas

Amanda Duarte
Amanda Duarte
Publicado em 15/01/2015 às 18:23
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Ministério das Relações Exteriores disse à AFP que o governo brasileiro "continua mobilizado, acompanhando de perto o caso e avalia todas as possibilidades de ação" / Foto: Reprodução

Ministério das Relações Exteriores disse à AFP que o governo brasileiro "continua mobilizado, acompanhando de perto o caso e avalia todas as possibilidades de ação" Foto: Reprodução

O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte na Indonésia após entrar no país levando 13 kg de cocaína, será executado neste sábado junto a outros cinco acusados por tráfico de drogas - segundo autoridades locais ligadas ao caso. Moreira, de 53 anos, foi condenado em 2004, quando entrava no país levando a droga escondida nos tubos de uma asa delta.

As execuções dos seis condenados - um indonésio e cinco estrangeiros - serão as primeiras realizadas no governo do presidente Joko Widodo, eleito em outubro passado. Além do brasileiro, estrangeiros do Malauí, Vietnã e Nigéria serão mortos por fuzilamento neste final de semana.

Reformista, Widodo insistiu que não concederá perdão aos condenados à morte por tráfico de drogas, desapontando ativistas que acreditavam numa nova abordagem para a pena de morte.

"Isso vai mandar um recado aos traficantes de drogas, não há piedade para traficantes e vendedores de drogas", afirmou o procurador-geral da Indonésia, H.M. Prasetyo, em coletiva de imprensa.

"Para aqueles que discordam da pena de morte, espero que entendam que o que estamos fazendo é apenas uma tentativa de salvar nosso país da ameaça que é o narcotráfico", continuou. Os seis condenados à morte entraram com pedidos de clemência ao presidente da Indonésia - negados no último 30 de dezembro.

O ministério das Relações Exteriores disse à AFP que o governo brasileiro "continua mobilizado, acompanhando de perto o caso e avalia todas as possibilidades de ação".

A legislação na Indonésia em matéria de tráfico de drogas é uma das mais severas do mundo, amplamente apoiada pela população. O crime é punido com pena de morte ou prisão perpétua. Em 2008, Jacarta suspendeu as execuções durante cinco anos, mas as retomou em 2013. Segundo a ONG Anistia Internacional, em 2013 foram realizadas 778 execuções em todo o mundo (excluindo a China), cinco delas na Indonésia.

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