A publicação de normas para o uso comercial dos drones poderia gerar novas vagas de emprego, por exemplo Foto: Fotos Públicas
Estes dados são extra oficiais e foram compilados pela empresa MundoGEO, líder na América Latina em soluções integradas de mídia e comunicação para o setor geoespacial e de localização. Apesar do sucesso, a evolução do ramo esbarra na falta de regulamentação de normas para manipulação desses equipamentos e, ao “pé da letra”, todos que usam os drones para fins comerciais estão desobedecendo a lei.
Entre suas funcionalidades, os drones podem ajudar na segurança públicaFoto: Fotos Públicas
Também de olho nas possibilidades de negócio, o fotógrafo Raphael Lima, 28 anos, criou a empresa recifense GoDronne, que presta serviços de foto e vídeo com imagens aéreas e seus principais clientes fazem parte do setores imobiliário e da indústria. Após um investimento de R$ 25 mil na compra de três aeronaves de pequeno porte - que capturam imagens em 4k - ele tem visto a empresa dar retorno. Por 10 minutos de voo ele cobra entre R$ 800 (fotos) e R$ 1.500 (vídeo). Por semana, a empresa costuma fazer dois sobrevoos.
“Nossos drones são daqueles que pesam menos de 5 kg e não têm muita proibição para uso. Mas nós tomamos todos os cuidados de não voar perto de pessoas e numa altura que não ultrapasse os 120 metros. Não fazemos eventos como shows, onde pode haver uma multidão ou algo do tipo”, explicou o fotógrafo que é apaixonado por aeromodelismo desde a adolescência.
“Não é chegar, comprar um drone na internet e sair voando. Eu piloto aeromodelo já faz uns 10 anos, tenho alguns aviões, mas sempre busco um local ideal como um aeródronomo, tenho seguro e tudo mais”, comentou Raphael que é a favor da criação de normas específicas para drones, assim como defende uma espécie de carteira de habilitação para pilotar os equipamentos.
Em alta, o mercado de drones pode faturar até R$ 200 milhões com manutenção, venda de aparelhos e treinamentoFoto: Fotos Públicas
Esse tipo de fiscalização dificultaria situações como a que uma quadrilha usava drones para mapear e preparar locais que seriam assaltados. O grupo, detido em São Paulo, era acusado de usar a mesma tática em ações criminosas realizadas em cinco Estados brasileiros.
Com a profissionalização deste tipo de negócio, a estimativa dos especialistas na área é de que novos empregos sejam criados, abrindo espaço para até 5 mil profissionais somente este ano no Brasil. “Nossa expectativa é de que as regras sejam publicadas antes das Olimpíadas do Rio de Janeiro, até por causa da segurança dos atletas estrangeiros”, pontuou Flávio Lampert, da ABM. A Anac encerrou uma consulta pública em novembro do ano passado e promete que as regras entrarão em vigor até o dia 5 de agosto. Se a proposta da agência for aceita, o uso recreativo dos drones será proibido em áreas urbanas e povoadas.
Não é chegar, comprar um drone na internet e sair voando; defendo a criação de uma carteira de habilitaçãoRaphael Lima, fotógrafo e empresárioEnquanto a regulamentação das normas ainda não é efetivada no Brasil, cabe à Anac tratar dos assuntos técnicos/operacionais voltados às condições das aeronaves (certificação, registro, cadastro, etc) e à situação dos pilotos (licenças, requisitos, cadastros, etc). Já as autorizações relacionadas de uso dos espaços aéreos durante os voos ficam a cargo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), ligado à Aeronáutica. Entre as exigências está a que prevê que os pedidos de voos sejam feitos com antecedência de 48 horas.
Também no fim de novembro, o Decea publicou uma instrução sobre o uso do espaço aéreo por drones que vem sendo usada como parâmetros paras quem deseja trabalhar com esses aparelhos. Entre elas, os equipamentos só poderiam ser usados para uso comercial se operados a até 120 metros do solo, com drones cadastrados, numa distância mínima de 30 metros de pessoas. Ainda haverá obrigação de contratar um seguro de danos a terceiros.