Durante a divulgação do kit, o vice-diretor do Instituto Carlos Chagas explicou que a leitura sairá em 2 ou 3 horas Foto: Reprodução
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Apesar da gravidade das três enfermidades transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, e da epidemia já admitida de chikungunya, o ministro da Saúde fez questão de destacar que o zika é a maior preocupação do governo, em função de sua associação à microcefalia em bebês. O País já registra em torno de 3.500 casos da doença.
Ao ser questionado sobre a recomendação das autoridades de saúde dos Estados Unidos para que grávidas evitem viagens ao Brasil e a outros países onde o vírus zika está se espalhando, o ministro da Saúde considerou o alerta prudente. "Não foi uma recomendação para não virem, mas para tomarem certos cuidados. Não podemos achar exagero se estão recomendando o mesmo que nós", afirmou, mencionando cuidados como o uso de repelente e roupas que evitem a exposição ao mosquito. "Estamos vivendo uma epidemia de microcefalia e a gestante deve fazer tudo para não ser picada."
Recentemente Castro chegou a declarar, em tom de brincadeira, que esperava que as mulheres contraíssem o zika antes de entrarem em idade fértil. Na Fiocruz, ele voltou a afirmar que a epidemia de microcefalia criará uma geração de pessoas dependentes de cuidados especiais.
O Ministério da Saúde está apoiando pesquisas da Fiocruz, Butantã e Instituto Carlos Chagas para desenvolver uma vacina contra o zika, mas o ministro reconhece que isso levará anos. Castro descartou a busca de um financiamento internacional para o combate aos vírus e garantiu que não faltarão recursos.
Diagnóstico
A expectativa é que o novo kit diagnóstico da Fiocruz acelere a identificação das doenças possibilitando o tratamento correto, e que reduza o custo dos testes, já que haverá substituição de insumos estrangeiros por produtos nacionais. O diagnóstico do vírus zika é feito hoje com o uso da técnica molecular RT-PCR em tempo real, que identifica a presença do material genético na amostra.
O Kit NAT Discriminatório, como foi batizado o teste, traz uma combinação pronta de reagentes, o que deve acelerar a análise das amostras e a liberação dos resultados. A análise conjunta é especialmente relevante para regiões em que os vírus circulam ao mesmo tempo. Os primeiros 50 mil kits produzidos pela Fiocruz devem ser distribuídos inicialmente a 18 dos 22 Laboratórios Nacionais de Saúde Pública.
A estimativa é que a nacionalização dos kits represente uma economia de 50% aos cofres públicos. Segundo a Fiocruz o custo para a realização do diagnóstico é de US$ 20 (R$ 80) por teste, contra cerca de R$ 900 em laboratórios privados. O desenvolvimento do kit para diagnóstico simultâneo dos três vírus foi um trabalho conjunto do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e do Instituto Oswaldo Cruz, com apoio do Instituto Carlos Chagas, do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães e do Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz.