O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (17) que é "altamente provável" que os demais casos já registrados em sete Estados do Nordeste também tenham relação com o vírus. Foto: AFP
A afirmação ocorre após resultados de exames em duas grávidas da Paraíba cujos bebês foram diagnosticados ainda na gestação com microcefalia, má-formação do crânio que pode levar a problemas graves no desenvolvimento da criança. Amostras coletadas do líquido amniótico confirmaram a infecção por zika, vírus identificado no Brasil neste ano e transmitido pelo mesmo mosquito da dengue, o Aedes aegypti.
- Governo confirma presença do zika vírus em exames de fetos com microcefalia na Paraíba
- Pernambuco já tem 268 notificações de microcefalia
- Saúde confirma 21 casos de microcefalia na Paraíba
Questionado, o ministro disse que ainda não há previsão de novas ações a serem tomadas em relação ao surto. Ao todo, o Brasil já registra 399 casos de bebês identificados com a condição, que faz com que o perímetro da cabeça seja menor do que a média, que é acima de 34 cm. "O zika era tratado como dengue mais branda. Se for confirmado que é o causador, isso o torna o mais perigoso dos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti", afirmou, após evento sobre segurança do trânsito.
Segundo o ministro, mulheres que desejam engravidar neste período devem analisar os riscos com a família e médicos antes de tomar uma decisão. "Sexo é para amador, gravidez é para profissional. A pessoa que vai engravidar precisa tomar os devidos cuidados", disse. "Ninguém deve engravidar ao acaso, deve ser feito um planejamento para uma maternidade responsável".
Presente no evento, a diretora-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Margareth Chan disse que a organização vem acompanhando o caso. "É preciso enfatizar que essa ligação [com o zika vírus] ainda não está determinada", afirmou. "Precisamos continuar o trabalho. Estamos acompanhando as novas descobertas, e o governo está tomando ações", disse.