Ala Octa

Treze espanhóis ficam cegos de um olho por produto cirúrgico

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 31/10/2015 às 18:40
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Treze espanhóis ficaram cegos de um olho e outros 28 foram afetados pelo uso de um produto cirúrgico para retina produzido na Alemanha, anunciaram neste sábado (31) as autoridades sanitárias espanholas.

A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS) "registrou, até o momento, 41 casos em 11 centros médicos espanhóis" causados ??pelo produto Ala Octa, fabricado pela empresa alemã Asa Medics, retirado do mercado em 26 de junho, informou em um comunicado a agência.

"Até agora, foram confirmados 13 casos de amaurose (cegueira)" do olho operado, segundo o comunicado e uma fonte do ministério da Saúde espanhol.

Esse produto também provocou casos de "atrofia do nervo óptico, diminuição da acuidade visual, inflamação e vasculite", de acordo com o comunicado.

Muitos casos foram registrados no País Basco.

A AEMPS está conduzindo uma investigação clínica, analítica e técnica, segundo o comunicado, acrescentando que o fabricante do produto e distribuidor colaboram com a agência.

"As amostras foram enviadas para um instituto de pesquisa em oftalmologia para análises químicas e toxicológicas", afirma a autoridade competente.

O jornal El Pais questionou neste sábado o "atraso" das empresas e médicos para transmitir as suas suspeitas sobre esse produto.

O jornal cita o caso de Mikel González, de 44 anos, morador de Rentería, País Basco, que ficou cego do olho esquerdo depois de ter sido operado em 2 de junho.

No dia após a operação, Mikel González já não enxergava, o que intrigou os médicos.

Até que em julho, o médico lhe disse que "um dos produtos tinha sido tóxico e atrofiado o nervo óptico", disse González.

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