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Pompoarismo combate flacidez da vagina e oferece mais prazer sexual

MARÍLIA BANHOLZER
MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 28/04/2015 às 21:32
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Correção da flacidez do músculo pélvico é um dos principais motivos para a busca da técnica do pompoarismo / Foto: divulgação

Correção da flacidez do músculo pélvico é um dos principais motivos para a busca da técnica do pompoarismo Foto: divulgação

Conhecido como ginástica do prazer, o pompoarismo tem conquistado adeptas de várias idades. Em grande parte dos casos, a mulheres mais “maduras” têm encontrado nessa técnica, criada na Índia e aperfeiçoada na Tailândia, uma forma de reconstituir a elasticidade da vagina. Baseado no controle da contração e do relaxamento dos músculos vaginais, o exercício combate a flacidez vaginal causada pelo envelhecimento ou gestações, previne a incontinência urinária e cólicas, além de oferecer vantagens para a vida sexual da mulher.

Adepta da técnica há 15 anos, quando conheceu o pompoar, a sexóloga Valéria Walfrido afirma que a ginástica da vagina aumenta o conhecimento da mulher sobre o próprio corpo e facilita o alcance do orgasmo. “Toda mulher pode, e deve, fazer pompoarismo, independente da idade. Até as virgens podem praticar os exercícios de contração que combatem as cólicas, por exemplo”, ressaltou a sexóloga que alerta para a necessidade de buscar um profissional qualificado para ensinar os movimentos usados na técnica.

“Muitas mulheres vão ao sex shop buscando inovar as relações sexuais e são apresentadas aos equipamentos (bolas e pêndulos, por exemplo) usados no pompoarismo e acabam usando incorretamente. Se praticada da maneira errada, a técnica pode causar lesões na vagina, alerta Valéria Walfrido, que já escreveu 12 livros sobre sexualidade.

Pompoarismo pode ser feito com contrações ou usando equipamentos

Pompoarismo pode ser feito com contrações ou usando equipamentosFoto: divulgação

A fisioterapeuta uroginecológica Aline Lira, que há dez anos atua na área de fortalecimento da vagina, ressalta que além do pompoarismo, há outras duas formas de garantir o fim da flacidez no órgão sexual feminino. “É possível criar estimulação pélvica através da eletroestimulação e de uma ferramenta chamada biofeedback. Nas duas, o fisioterapeuta ajuda a paciente a  recrutar fibras que estreitam a vagina”, explicou a especialista.

O público que mais procura os benefícios da “ginástica da vagina” é formado por mulheres com idades entre 35 e 50 anos. Em geral, as pacientes buscam melhorar suas vidas sexuais e garantir mais prazer para o parceiro, entretanto, em conversa com as especialistas, são descobertas disfunções como incontinência urinária e redução do prazer sexual da própria mulher. Os relatos de garantia de mais prazer partem, principalmente, pelo fato de que o canal vaginal fica mais firme (apertado) e as mulheres aprendem a fazer contrações que causam boas sensações ao parceiros.

“Geralmente é uma mulher que indica para a outra. São raros os casos em que um médico sugeriu fazer o exercício pélvico. O pompoarismo ainda sofre muito com a descrença, além do pudor e do preconceito. Quantas mulheres não ficam envergonhadas em buscar esse tratamento? Mas a verdade é que essa técnica traz diversos benefícios”, avaliou Aline Lira.

Exercícios do períneo fortalecem a região genital e aumentam a virilidade da mulher

Exercícios do períneo fortalecem a região genital e aumentam a virilidade da mulherFoto: Getty Images

CULTURA DO PERÍNEO – Antes da popularização do pompoarismo, a primeira opção para corrigir a flacidez vaginal era a  perineoplastia, procedimento cirúrgico que visa reconstituir os músculos do períneo, localizado na zona íntima feminina. Além de corrigir a falta de elasticidade – que causa doenças – a perineoplastia também foi amplamente utilizada para “apertar” a vagina e aumentar o prazer sexual da mulher e do parceiro.

No entanto, a uroginecologista Marta Laranjeira alerta que esse procedimento está em desuso. “Antigamente havia uma cirurgia que fazia incisão na musculatura, o que causava muita dor. Hoje esse procedimento é usado apenas para corrigir disfunções fecais ou urinárias. Não é aconselhável realizar essa cirurgia com o foco na vida sexual da paciente”, ponderou a médica.

Apesar dos esforços médicos em evitar esse tipo de cirurgia, a cultura das mulheres é de que a partir do segundo parto normal seja “feito o períneo”. “Muitas pacientes acham que estão folgadas ou frouxas e querem fazer o procedimento porque a mãe fez, a avó fez e ela tem que fazer também. A dificuldade é explicar que o correto agora é fazer os exercícios pélvicos, como o pompoarismo”, destacou a uroginecologista que completa: “A folga na vagina acontece porque a musculatura ficou flácida, como acontece com o músculo do tchauzinho, e o exercício corrige esse problema, além de garantir mais prazer na vida sexual.”

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