Correção da flacidez do músculo pélvico é um dos principais motivos para a busca da técnica do pompoarismo Foto: divulgação
Conhecido como ginástica do prazer, o pompoarismo tem conquistado adeptas de várias idades. Em grande parte dos casos, a mulheres mais “maduras” têm encontrado nessa técnica, criada na Índia e aperfeiçoada na Tailândia, uma forma de reconstituir a elasticidade da vagina. Baseado no controle da contração e do relaxamento dos músculos vaginais, o exercício combate a flacidez vaginal causada pelo envelhecimento ou gestações, previne a incontinência urinária e cólicas, além de oferecer vantagens para a vida sexual da mulher.
Adepta da técnica há 15 anos, quando conheceu o pompoar, a sexóloga Valéria Walfrido afirma que a ginástica da vagina aumenta o conhecimento da mulher sobre o próprio corpo e facilita o alcance do orgasmo. “Toda mulher pode, e deve, fazer pompoarismo, independente da idade. Até as virgens podem praticar os exercícios de contração que combatem as cólicas, por exemplo”, ressaltou a sexóloga que alerta para a necessidade de buscar um profissional qualificado para ensinar os movimentos usados na técnica.
“Muitas mulheres vão ao sex shop buscando inovar as relações sexuais e são apresentadas aos equipamentos (bolas e pêndulos, por exemplo) usados no pompoarismo e acabam usando incorretamente. Se praticada da maneira errada, a técnica pode causar lesões na vagina, alerta Valéria Walfrido, que já escreveu 12 livros sobre sexualidade.
Pompoarismo pode ser feito com contrações ou usando equipamentosFoto: divulgação
O público que mais procura os benefícios da “ginástica da vagina” é formado por mulheres com idades entre 35 e 50 anos. Em geral, as pacientes buscam melhorar suas vidas sexuais e garantir mais prazer para o parceiro, entretanto, em conversa com as especialistas, são descobertas disfunções como incontinência urinária e redução do prazer sexual da própria mulher. Os relatos de garantia de mais prazer partem, principalmente, pelo fato de que o canal vaginal fica mais firme (apertado) e as mulheres aprendem a fazer contrações que causam boas sensações ao parceiros.
“Geralmente é uma mulher que indica para a outra. São raros os casos em que um médico sugeriu fazer o exercício pélvico. O pompoarismo ainda sofre muito com a descrença, além do pudor e do preconceito. Quantas mulheres não ficam envergonhadas em buscar esse tratamento? Mas a verdade é que essa técnica traz diversos benefícios”, avaliou Aline Lira.
Exercícios do períneo fortalecem a região genital e aumentam a virilidade da mulherFoto: Getty Images
No entanto, a uroginecologista Marta Laranjeira alerta que esse procedimento está em desuso. “Antigamente havia uma cirurgia que fazia incisão na musculatura, o que causava muita dor. Hoje esse procedimento é usado apenas para corrigir disfunções fecais ou urinárias. Não é aconselhável realizar essa cirurgia com o foco na vida sexual da paciente”, ponderou a médica.
Apesar dos esforços médicos em evitar esse tipo de cirurgia, a cultura das mulheres é de que a partir do segundo parto normal seja “feito o períneo”. “Muitas pacientes acham que estão folgadas ou frouxas e querem fazer o procedimento porque a mãe fez, a avó fez e ela tem que fazer também. A dificuldade é explicar que o correto agora é fazer os exercícios pélvicos, como o pompoarismo”, destacou a uroginecologista que completa: “A folga na vagina acontece porque a musculatura ficou flácida, como acontece com o músculo do tchauzinho, e o exercício corrige esse problema, além de garantir mais prazer na vida sexual.”