A simulação, que começa às 14h30 e funciona como treinamento, envolve equipes do Oswaldo Cruz (hospital) e do Samu Foto: Helia Scheppa/JC Imagem
A simulação, que começa às 14h30 e funciona como treinamento, envolve equipes do Oswaldo Cruz e do Samu. Também participarão profissionais da Anvisa e Secretaria de Saúde (SES) que atuam na articulação dos atendimentos (recebem ligações e orientam o encaminhamento da ambulância).
Além de simular o transporte do paciente da ambuância até o hospital, o treinamento engloba o uso dos kits de equipamentos de proteção individual (EPI), que incluem roupas, máscaras, botas e luvas, e a realização dos primeiros procedimentos, como a coleta de sangue e avaliação dos sintomas. Os kits de EPIs que serão experimentados na simulação desta quinta já foram entregues ao hospital pela SES.
Demetrius Montenegro coordenará a simulaçãoFoto:Mariana Dantas/NE10
“Vale destacar que uma equipe específica irá trabalhar no atendimento. Ou seja, médicos plantonistas e da emergência não terão contato direto com os pacientes”, explicou. A equipe da simulação é formada por 12 médicos, além de enfermeiros e auxiliares de enfermagem. Todos se ofereceram para trabalhar na operação.
A técnica em enfermagem Jane Silva, 39, que trabalha há mais de 20 anos no Oswaldo Cruz, integra a equipe. “Decidi participar porque é uma chance de ganhar conhecimento. Também estou pronta para contribuir”.
OPERAÇÃO NACIONAL – A simulação desta quinta-fera envolve apenas a equipe da ambulância do Samu e do Hospital Oswaldo Cruz. Mas, de acordo com o infectologista Demetrius Montenegro, para situações reais, a operação envolve vários outros órgãos e normas para identificar casos suspeitos.
“É preciso ter cuidado para não criar ‘rótulos’ e ter atitudes preconceituosas ou de pânico. O fato de alguém viajar para a África não significa que essa pessoa tem risco de contrair o ebola. O público considerado de risco é aquele que esteve há menos de 21 dias (prazo máximo de encubação da doença) nos países com ocorrência de ebola (Guiné-Cronacri, Serra Leoa, Libéria e Nigéria) e que apresentam os sintomas como febre, dores musculares e enjoos”, explica o médico.
Mortes pelo ebola confirmadas desde o início do ano*
* Atualizado até 09/09/2014. Fonte: OMS
- OMS faz ajustes após funcionários contraírem ebola
- Ebola matou 2.296 pessoas neste ano, quase metade nos últimos 21 dias
- Caso suspeito de Ebola na Itália era alarme falso
- Fundação Gates repassa 50 milhões de dólares para tratar o Ebola
Ao chegar à unidade, o paciente será examinado e passará por duas coletas de sangue. Um dos materiais será enviado de avião para o Laboratório do Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA) – único credenciado no País para fazer o teste do ebola. O outro material colhido será utilizado no Recife para exames do tipo sanguíneo e de malária (doenças de sintomas parecidos com o ebola).
Os kits de EPI já foram distribuídos pela SESFoto:Mariana Dantas/NE10
Sobre a possibilidade das pessoas apresentarem os sintomas do vírus ebola dias após a chegada a Pernambuco, o infectologista explicou que, em todos os hospitais do Estado, terá um profissional capacitado para atendê-lo, inclusive com equipamento de proteção. “Esse profissional deverá acionar o Samu para encaminhar o paciente ao Oswaldo Cruz”, explicou.