Lava Jato

Ministros do STF discutem soltar Eduardo Cunha da prisão

Priscila Miranda
Priscila Miranda
Publicado em 17/02/2017 às 4:02
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Cunha está preso desde outubro em consequência das investigações da Operação Lava Jato / Foto: Agência Brasil

Cunha está preso desde outubro em consequência das investigações da Operação Lava Jato Foto: Agência Brasil

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm discutido, em caráter reservado, a possibilidade de soltar o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde outubro pela Operação Lava Jato em Brasília, informou o jornal Folha de S.Paulo. 

De acordo com a publicação, mesmo que o plenário da corte tenha negado, na quarta-feira (15), o pedido da defesa para liberar Cunha, os ministros avaliam que ele pode ser solto com a concessão de um habeas corpus pendente no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles avaliam ainda que a votação desta semana foi baseada não na legalidade da prisão decretada pelo juiz Sergio Moro, de Curitiba, mas sim em argumentos processuais.

Teori já via o relaxamento da prisão de Cunha

No STF, as articulações a favor de Eduardo Cunha ganharam força ainda no ano passado, quando Teori Zavascki era o relator das investigações - ele morreu em um acidente de avião em Paraty, no início do ano. De acordo com pelo menos três ministros do Supremo, Teori havia se incomodado ao receber alerta de que existiam movimentações na Segunda Turma do STF, responsável por julgar os casos da Lava Jato, para relaxar a prisão de Cunha.

O ex-relato da Lava Jato teria ouvido ainda que outros ministros da Segunda Turma já estavam convencidos de que, preso, Cunha optaria por delatar, o que poderia afetar ainda mais a estabilidade do País. A delação do ex-deputado preocupa tanto o governo quanto o PMDB pelo teor das conversas já divulgadas pela Polícia Federal (PF). Mensagens no celular de Cunha reforçam a tese de que ele tem informações sobre negócios entre grandes empresários, congressistas e governo.

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