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Entenda a polêmica
No dia 6 deste mês, o STF decidiu por 6 votos a 5 que a vaquejada é uma prática de maus-tratos e crueldade contra animais. Na ocasião, o governo do Ceará defendeu que a vaquejada se tratava de patrimônio cultural do povo nordestino.
Defensores dizem que vaquejadas sustentam famílias
De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (Abqm) e a Associação Brasileira de Vaquejadas (Abaq), anualmente, são realizadas cerca de 4 mil vaquejadas no país, a maioria no Nordeste, que geram 700 mil empregos diretos e indiretos.
As associações afirmam que, nos últimos 10 anos, a atividade passou por regulamentação para garantir a segurança dos competidores e dos animais e defendem que, ao invés de vedar a regulamentação da prática, o caminho é adotar medidas que garantam a continuidade da vaquejada.
O proprietário do Parque Leão de Vaquejada, em Brasília, Raul Leão, diz que medidas adotadas nos últimos anos - como o uso do protetor de cauda e da cama de areia onde o animal é derrubado - evitam sofrimento. Para Leão, o que deve ser combatida é a prática clandestina da atividade que ocorre sem a adoção da regulamentação necessária.
O empresário diz que o impacto econômico que o fim da atividade gera atinge toda uma cadeia produtiva como de produção de selas, rações e medicamentos.
“Esperamos que o Supremo seja sensibilizado pelos efeitos que essa decisão vai causar a esses 700 mil empregos. Foi lamentável ter ocorrido esse julgamento sem ter uma audiência pública para debater o que a vaquejada representa para o país”, disse Raul Leão.
Os caminhões que transportaram os animais passam o dia estacionados nas faixas ao longo dos meios fios da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e provocaram engarrafamento na região central da cidade pela manhã.
Ao longo do dia, os integrantes do movimento participam de uma missa na Catedral de Brasília e de uma audiência pública na Câmara dos Deputados. As atividades vão terminar com um show à noite, na Esplanada.