"Não tem nada positivo para o Eduardo, só vai deteriorando", resumiu um aliado de Cunha Foto: Câmara dos Deputados
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- Betinho Gomes requer ao STF delação que acusa Cunha de receber propina de Eike
- Atraso em recurso de Cunha na CCJ pode jogar votação no plenário para agosto
Funaro é suspeito de achacar grandes empresas e é apontado como operador de propina de Cunha. A prisão é fruto da delação do ex-vice-presidente da Caixa, Fabio Cleto, que acusa Cunha de decidir quais empresas deveriam receber aportes do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS). Cleto contou aos investigadores que o deputado recebeu propinas em 12 operações de grupos empresariais que obtiveram aportes milionários do FI-FGTS. "Não tem saída para Cunha, nem na Câmara, nem na Justiça", comentou um líder aliado do Palácio do Planalto.
O recurso na CCJ é a última cartada de Cunha para evitar que o processo disciplinar chegue nos próximos dias ao plenário. O peemedebista conseguiu emplacar na relatoria do recurso um aliado, o líder do PROS Ronaldo Fonseca (DF), que já adiou a entrega do parecer, o que deixa praticamente para depois do recesso a votação no plenário. No recurso, o deputado aponta 16 supostas irregularidades na condução do processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética, o que teria gerado, segundo sua defesa, nulidades processuais. Se a CCJ acolher os pedidos, o processo pode voltar à estaca zero no conselho.
Nesta semana, líderes partidários apontaram a existência de negociações para preservar o mandato do peemedebista. A antiga oposição ao governo Dilma Rousseff, formada por DEM, PPS, PSDB e PSB, diz que não fará acordo para salvar Cunha. "Não há acordo que me faça votar a favor do denunciado Eduardo Cunha. Votei a favor da cassação dele no Conselho de Ética e permaneço convicto de que ele tem que perder o mandato pela falta gravíssima que cometeu perante seus pares", afirmou por meio de nota o vice-líder do PSDB, Betinho Gomes (PE). "E na CCJ, da minha parte, o jogo será bruto contra quem há quase uma dezena de pedidos de investigação no Supremo Tribunal Federal", complementa o documento.