Lava Jato

André Esteves e chefe de gabinete de Delcídio continuam presos

Do NE10
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Publicado em 29/11/2015 às 18:03
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Banqueiro André Esteves está no presídio Bangu 8, no Rio, desde quinta-feira / Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Banqueiro André Esteves está no presídio Bangu 8, no Rio, desde quinta-feira Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O banqueiro André Esteves e o chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Diogo Ferreira, seguirão encarcerados, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki de converter a prisão de ambos de temporária para preventiva, neste domingo (29). A defesa dos dois esperava que eles fossem liberados, uma vez que encerraria à meia-noite de hoje o prazo de cinco dias da prisão temporária.

De acordo com Zavascki, em nota divulgada pelo STF, os depoimentos prestados desde a realização das prisões e o material coletado em buscas "permitiram o preenchimento dos requisitos para a decretação das prisões preventivas". Pela legislação penal, a prisão preventiva pode ser decretada para garantir a ordem pública, conveniência da investigação criminal ou assegurar a aplicação da lei, quando há prova da existência do crime e indícios sobre o autor do delito.

Sócio do BTG Pactual, Esteves está no presídio Bangu 8, no Rio de Janeiro, para onde foi transferido desde quinta-feira (26), depois de ser preso no dia anterior sob suspeita de tentar atrapalhas as investigações da Operação Lava Jato. O nome dele foi mencionado em conversas do senador Delcídio - também preso na última quarta (25) - com o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró.

Senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi preso na última quarta

Senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi preso na última quartaFoto: Arquivo/Agência Brasil

O advogado do banqueiro, Antônio Carlos de Almeida Castro, chegou a pedir que o Supremo não prorrogasse a prisão temporária do cliente, mas não foi atendido. À Agência Estado, Castro - que esteve com Esteves pela manhã - disse que o sócio do BTG Pactual segue perplexo.

"Ele não entende por que está preso. Não conhece aquelas pessoas, não teve acesso à tal delação, não foi à tal reunião do dia 19 (com Delcídio e Bernardo). Imagina você se sentir completamente injustiçado e acordar em Bangu 8", disse.

O chefe de gabinete de Delcídio está encarcerado na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, no mesmo lugar do senador, também sob suspeita de atrapalhar as investigações da Lava Jato. No caso do senador e do advogado Edson Ribeiro - o quarto preso no último dia 25, as prisões já eram preventivas desde o início.

Os quatro presos teriam tentado convecer Cerveró a não fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e oferecido à família dele uma mesada de R$ 50 mil, de acordo com a Procuradoria Geral da República. 

A expectativa é de que Delcídio, Esteves, Diogo Ferreira e Edson Ribeiro sejam denunciados pela PGR no início desta semana.

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