Operação Lava Jato

Líder do Governo no Senado é preso pela Polícia Federal

Do NE10
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Publicado em 25/11/2015 às 7:11
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Senador Delcídio Amaral (PT-MS) estaria tentando atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato / Foto: Agência Brasil

Senador Delcídio Amaral (PT-MS) estaria tentando atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato Foto: Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) prendeu o senador Delcídio Amaral (PT-MS) na manhã desta quarta-feira (25). O petista é líder do governo no Senado e a prisão foi realizada porque Delcídio teria tentado destruir provas contra ele, atrapalhando as investigações da Operação Lava Jato.

Esta é a primeira vez que um senador com mandato em exercício é preso. A PF também fez busca e apreensão no gabinete do petista, no Senado, em Brasília, e nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A ação também prendeu o banqueiro André Esteves, presidente do BTG Pactual, Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador, e um de seus advogados.

A prisão de Delcídio é resultado de uma operação deflagrada pela Polícia Federal, que também tem como alvo empresários. As ações foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Não se trata de uma fase da Lava Jato tocada em Curitiba, na 1ª instância.

O senador foi preso no hotel Golden Tulip, onde mora em Brasília, mesmo local onde na terça-feira (24) a PF prendeu o empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dentre as dificuldades feitas pelo senador contra as investigações, estaria uma tentativa de atrapalhar a delação premiada do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. A delação trataria de um suposto envolvimento do senador em irregularidades durante a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Delcídio foi citado na delação do lobista Fernando Baiano, apontado pela Lava Jato como operador de propinas no esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Fernando Baiano disse que o senador teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na operação de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, pela manhã, o ministro Teori Zavascki convocou uma reunião extraordinária da Turma do STF dedicada à Lava Jato. A reunião da Corte será reservada - algo raro.

De acordo com fonte no tribunal, a sessão foi marcada pelo presidente da Turma, ministro Dias Toffoli, a pedido de Teori, relator dos casos relativos ao esquema de corrupção na Petrobras.

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