Lula disse ao ministro da Saúde, Arthur Chioro, que ele devia falar com os governadores Foto: Arquivo/Agência Brasil
Em meio à discussão sobre a volta da CPMF, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, neste sábado, o imposto e afirmou que ele nunca deveria ter sido extinto. A declaração foi feita durante seminário realizado pela prefeitura de São Bernardo no Campo.
"Não sei se você pediu a volta do CPMF, mas a verdade é que a CPMF não devia ser tirada", disse Lula, orientando o atual ministro da Saúde, Arthur Chioro, a conversar com os governadores e prefeitos sobre o caso.
Chioro, por sua vez, tentou minimizar a tensão criada entre o governo e o vice-presidente Michel Temer, que se recusou a apoiar a criação de um novo imposto para a saúde, nos moldes da CPMF. O ministro disse que as críticas às discussões do governo para recriar a CPMF "é uma forma ardilosa de interditar o debate".
Ele falou por várias vezes que "o governo não apresentou uma proposta" de retomada da CPMF. Segundo o ministro, um novo tributo para financiamento exclusivo da Saúde é "uma das opções debatidas, mas não será a CPMF".
O ministro da Saúde diz que o governo defende o debate para superar o que ele chamou de "subfinanciamento" da área, que aflige o ministério, governos estaduais e prefeituras.
RECURSOS PARA SAÚDE - A fala acontece depois que o ministro defendeu, na quinta-feira (27), uma nova contribuição exclusiva para a área da saúde, nos moldes de uma "contribuição interfederativa da saúde".
Segundo Chioro, a proposta atualmente em discussão com governadores e prefeitos é que a contribuição incida sobre a movimentação financeira, com uma alíquota de 0,38%.
Ele diz que há uma "convergência do governo" em torno da proposta -inclusive da presidente Dilma Rousseff, relata, e nega que a medida consista em um retorno da CPMF, o antigo "imposto do cheque".
"É importante aproveitar esse momento para recolocar o debate. O governo não propôs a volta da CPMF. O que ele disse claramente é que precisamos buscar uma solução para o subfinanciamento da saúde", ressaltou.
Por fim, afirmou que a solução para o subfinanciamento "não será com a CPMF. Não será. Nós temos clareza. O governo não defende a volta da CPMF".
Num desagravo às críticas de que faltou debater o assunto com partidos aliados, Chioro ressalvou que qualquer solução passará pelo Congresso. "Estou reposicionando para ficar muito claro", disse.