A defesa de Cerveró não detalha o motivo da inclusão de Dilma e Gabrielli como suas testemunhas. Foto: Arquivo/ Agência Brasil
Os nomes das testemunhas foram incluídos na defesa prévia protocolada por seu advogado, Edson Ribeiro, nesta segunda-feira (26), na ação penal que Cerveró responde sob acusação do recebimento de vantagem indevida para o fechamento de contratos de aquisição de sondas pela Petrobras.
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Também são réus na mesma ação o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como intermediário do pagamento da propina, o doleiro Alberto Youssef e o consultor Julio Camargo.
A defesa de Cerveró não detalha o motivo da inclusão de Dilma e Gabrielli como suas testemunhas. Além deles, há outras seis pessoas, a exemplo de ex-integrantes da Petrobras. Dilma foi presidente do conselho de administração da Petrobras quando Cerveró era diretor da área internacional, enquanto Gabrielli comandava a estatal.
DELAÇÃO - Dentre os argumentos de defesa apresentados estão o de nulidade da delação premiada, sob a alegação de que o delator Julio Camargo foi constrangido com a ameaça de prisão para firmar o acordo.
O advogado também argumenta que a acusação contra Cerveró não tem provas, "fundando-se, exclusivamente, na versão apresentada pela declaração de Julio Camargo, o qual, também, por ilação, acredita que Fernando Baiano tenha corrompido o defendendo".
"Não se pode responsabilizar criminalmente alguém pelo simples fato de ser citado como possível autor de um delito, sem qualquer amparo probatório", escreveu a defesa do ex-diretor.
O advogado não nega explicitamente que Cerveró recebeu propina para participar do esquema de desvio de recursos da Petrobras.
JUIZ NEGA - Em resposta a um pedido de esclarecimentos do ministro do STF Teori Zavascki, o juiz da Lava Jato, Sergio Moro, ironizou a acusação dos advogados de que as prisões representam "tortura" para obter delação premiada. "Quanto à alegação de que se prende para obter confissões involuntárias, ela não corresponde à realidade [...]. Já a equiparação da prisão à 'tortura psicológica', não vislumbro sentido nela salvo se então admitido que todos os presos brasileiros sejam também considerados 'torturados psicológicos'. Tributo essas alegações e outros argumentos 'ad hominem' [falaciosos] a meros arroubos retóricos do Impetrante e que não guardam consistência com o caso concreto ou com a realidade das coisas", escreveu Moro.