Lava Jato

Dilma indica que não trocará diretoria da Petrobras, mas mexerá no conselho

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 22/12/2014 às 11:40
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Dilma voltou a fazer uma enfática defesa da presidente da Petrobras, Graça Foster / Foto: AFP

Dilma voltou a fazer uma enfática defesa da presidente da Petrobras, Graça Foster Foto: AFP

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (22) que "não está pretendendo alterar a diretoria da Petrobras", mas trocará o Conselho de Administração da estatal, sem dar detalhes dos nomes que indicará. Dilma disse achar "absurdo" o alto montante de dinheiro desviado por alguns funcionários da empresa.

Em café da manhã de final de ano com jornalistas, Dilma voltou a fazer uma enfática defesa da presidente da Petrobras, Graça Foster, e afirmou que as empreiteiras imputadas pela Operação Lava Jato devem ser punidas, mas não "destruídas". A punição vale também para os executivos envolvidos.

"Eu conheço a Graça. Sei da seriedade da Graça e da lisura dela", disse, reconhecendo, porém, que há "um clima muito difícil para ela". Dilma afirmou não ver nenhuma falta de credibilidade da presidente da Petrobras, ao contrário do que considera o mercado financeiro e investidores nacionais e internacionais.

Apesar das declarações da presidente, integrantes do próprio governo afirmam que a saída da executiva é iminente e deve se dar no ano que vem. Questionada sobre possíveis nomes para substituí-la, a petista classificou-se como "perplexa" com as especulações de que busca um nome de mercado para o posto.

"A Petrobras não é uma empresa simples, não é trivial", disse. "Alguém que destruiria todo o choque de governança? Não podemos interromper hoje o processo", complementou.

A presidente confirmou que Graça Foster colocou o cargo à disposição em mais de uma oportunidade.

BALANÇO AUDITADO - A presidente afirmou que sem saber o teor das delações premiadas não há como o balanço da empresa ser lançado. Ela contou que já pediu ao Ministério Público informações sobre as delações para que possa informar o tamanho dos desvios, exigência para que o balanço possa ser auditado.

"Ele [Ministério Público] não pode demorar anos sob pena de comprometer o país", disse. "Eu não acho que vai demorar", completou.

"Não vamos compactuar com qualquer processo de enfraquecimento da Petrobras. Ela tem um caixa que permite a ela passar esse ano sem recorrer ao mercado. [...] É importante que se saiba todo o teor das delações premiadas porque não vamos saber o que foi tirado dos cofres. A gente precisa dar baixa, tem que lançar como prejuízo", disse.

REFORMA MINISTERIAL - Dilma prometeu anunciar o restante da reforma ministerial até 29 de dezembro e não descartou fazer mudanças em duas ou mais "levas". Ainda assim, ela afirmou que não vai demonizar indicações políticas mas que questionará o MP para saber se os nomes indicados por partidos aliados têm algum grau de envolvimento com os escândalos de corrupção.

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