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Em sabatina, Dilma diz que resgatou política industrial

Amanda Miranda
Amanda Miranda
Publicado em 30/07/2014 às 16:38
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Dilma afirmou ainda que houve quem dissesse que o Brasil não precisava de uma política industrial / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dilma afirmou ainda que houve quem dissesse que o Brasil não precisava de uma política industrial Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (30), que seu governo resgatou as políticas industriais e que o País "pode e deve" adotar tais medidas. Em seu discurso de apresentação durante sabatina com empresários, promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, a presidente destacou que os resultados da indústria naval comprovam resultados conquistados por essa política. "Desde 2003, o contingente de trabalhadores cresceu mais de 10 vezes. Hoje são quinze estaleiros", disse Dilma. "A indústria naval vai contratar R$ 100 bilhões até 2020", disse.

A indústria naval brasileira, segundo Dilma, nasceu com a política de conteúdo local para petróleo e gás e mostrou a potencialidade da política de compras governamentais. A presidente disse ainda que houve quem dissesse que o Brasil não precisava de uma política industrial. "Muitos acham que política industrial deve ser deixada ao sabor da flutuação do mercado". Ela disse que seu governo pretende continuar com o embate "técnico e político" sobre a legitimidade da política industrial. 

"Devemos baseá-la na busca sistemática de preço, prazo e qualidade", declarou. Por último, ela disse que essa política é baseada em uma série de eixos: desoneração de produtos; crédito subsidiado ao investimento na indústria; incentivo à indústria por meio de compras governamentais; educação focada na formação técnica e científica de pesquisadores; constituição de nossos marcos regulatórios e a retomada de investimento em infraestrutura em 2007; medidas para diminuir a burocracia e parceria com o setor privado."

CRISE - A presidente afirmou que o mundo vivenciou uma das mais graves crises econômicas. "Temos que ter consciência de que a indústria é um dos setores que mais sofrem, ainda mais quando começa nos países desenvolvidos", disse a presidente.

Sobre a crise, ela disse que houve queda na demanda em países avançados, que produziu forte contração no mercado internacional. O abalo nas economias avançadas também gerou forte capacidade ociosa e houve luta pela colocação de bens de alto valor agregado nos mercados.

A presidente disse ainda que talvez seja cedo para celebrar o fim da crise ou a recuperação do comércio internacional. Citou como exemplo que a produção industrial alemã está em queda e que a confiança dos empresários daquele país está em baixa há sete meses consecutivos.

Ela defendeu ainda as medidas anticíclicas adotadas pelos governos do PT para debelar a crise e disse que "o governo promoveu o maior volume de desonerações dos últimos anos e décadas". 

Dilma afirmou que seu governo não desorganizou a economia, "como foi feito no passado". "É bom lembrar que não só nos protegemos da crise como também preparamos a base para a retomada do crescimento", disse Dilma, sobre seu governo. Dilma afirmou ainda que seu governo fez uma reforma tributária para o segmento industrial, citando feitos de sua gestão.

Dilma destacou a da folha de pagamentos de forma permanente, "o que é importante porque dá visão de longo prazo", e citou a redução do IPI para automóveis, linha branca, móveis e materiais de construção, além do aprimoramento do Simples Nacional. "Trata-se de uma verdadeira reforma tributária para esse segmento empresarial majoritário em nosso País", afirmou.

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