Economia

Governo perdeu capacidade de gerar expectativas positivas na economia, diz Aécio

Mariana Campello
Mariana Campello
Publicado em 28/07/2014 às 23:05
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O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, defendeu nesta segunda-feira (28), em reunião com empreendedores sociais na capital paulista, mais diálogo com organizações não governamentais (ONGs) para a proposição de políticas públicas. O evento reuniu representantes de sete entidades, a maioria da área cultural.

“O Estado brasileiro, governos de todos os níveis, tem que ter humildade e reconhecer as experiências exitosas que o terceiro setor viveu e vive e aprender com elas. É isso que estamos buscando nesses diálogos que se iniciam hoje”, disse Aécio após o encontro.

Segundo Aécio, o objetivo é dar escala às iniciativas que estão em prática há muitos anos e se demonstram exitosas. “O Brasil desperdiça um potencial enorme de experiências que resgataram crianças fora da idade escolar e que qualificaram pessoas para entrar no mercado de trabalho, para citar alguns exemplos”, disse o candidato a representantes de organizações como o Afro Reggae, o Comitê para a Democratização da Informática, os grupos Doutores da Alegria e Olodum e o Centro Cultural Waly Salomão.

Aécio defendeu também uma legislação que regule a atuação do terceiro setor no país. “Quero permitir um salto de patamar nas chamadas relações intersetoriais, seja do ponto de vista de um marco civil, que é essencial como um estímulo às pessoas para que participem mais dessas atividades”, explicou o candidato tucano. Para ele, essa mudança será importante também para permitir a desburocratização da relação de tais instituições com o governo.

Ao comentar o comunicado que o banco Santander enviou a alguns correntistas, no qual a instituição apontou efeitos negativos que a reeleição da presidenta Dilma Rousseff poderia ter para a economia, Aécio disse: “Quanto mais provável uma candidatura da oposição, melhor o ambiente e as expectativas de futuro que movem a economia." Para ele, o governo perdeu a capacidade de gerar expectativas positivas na economia brasileira. O candidato disse que não acha correto punir os analistas responsáveis pela mensagem. “Teriam que demitir praticamente todos de todas as instituições financeiras, porque eles são muito céticos quanto à economia brasileira, se permanecer o atual governo”, avaliou.

Sobre o contrato de profissionais cubanos no Programa Mais Médicos, o candidato do PSDB adiantou que, se for eleito, pretende rever o formato atual do convênio com o governo de Cuba, intermediado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). “Pelo respeito que tenho pelo povo cubano, temos que buscar uma negociação que impeça a continuidade da discriminação em relação a eles”, disse Aécio, que destacou a necessidade de encontrar formas de não inviabilizar o programa. “Temos que ver isso lá na frente, criar condições para que os cubanos possam se qualificar para atender aqui no Brasil e receber remuneração mais digna.”

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