Situação econômica

FHC diz que "mal-estar" no País dá novas chances à oposição

Amanda Miranda
Amanda Miranda
Publicado em 22/07/2014 às 10:53
Leitura:

FHC disse ainda ao jornal chileno que há um “mal-estar difuso” na sociedade brasileira / Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

FHC disse ainda ao jornal chileno que há um “mal-estar difuso” na sociedade brasileira Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta segunda-feira (21), em entrevista ao jornal chileno La Tercera, que a atual situação econômica do Brasil “dá novas e melhores oportunidades para a oposição”, referindo-se às eleições de outubro. Ele mencionou como “oportunidades” o aumento da inflação, a piora das contas externas e das contas públicas e perda de confiança dos agentes econômicos no governo. “O povo sente um mal-estar palpável em sua vida cotidiana.”

De acordo com FHC, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) beneficiou-se das linhas macroeconômicas criadas na gestão tucana e do alto preço das commodities, alavancadas pela demanda chinesa. Depois da crise de 2008, prosseguiu ele, a economia já não podia mais crescer de forma sustentável puxada pelo consumo. “Dilma tentou estimular a inversão afrouxando a política fiscal, forçando a queda da taxa de juros e concedendo incentivos seletivos a alguns setores”, mas a “colheita” dessa nova política ‘foi paupérrima”.

FHC disse ainda ao jornal chileno que há um “mal-estar difuso” na sociedade brasileira e que é um erro crer que isso se deva apenas aos meios de comunicação ou à “elite branca”. 

Ele vê uma “insatisfação ampla e crescente” devido à inflação, ao baixo crescimento e à baixa qualidade de educação e saúde. Nos grandes centros urbanos, prosseguiu, “as taxas de criminalidade são elevadas e o transporte público é caro”. Assim ele acredita que, na campanha eleitoral, o candidato tucano Aécio Neves terá tempo suficiente para ser competitivo e levar as eleições ao segundo turno.

Mais lidas