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Em dia de protesto, Temer diz que apresentou "caminho para salvar a Previdência"

Cássio Oliveira
Cássio Oliveira
Publicado em 15/03/2017 às 13:01
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 / Foto: Palácio do Planalto / Divulgação

Foto: Palácio do Planalto / Divulgação

No alvo das manifestações desta quarta-feira (15) contra a Reforma da Previdência, o presidente Michel Temer (PMDB) disse que seu governo apresentou um "caminho para poder salvar a Previdência no Brasil." A declaração foi dada no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, durante o lançamento do Programa Senhor Orientador.

De acordo com Temer, a reforma serve para "prevenir o Brasil do futuro". "Apresentamos um caminho para salvar a Previdência que não vai tirar direito de ninguém. Quem tem direito adquirido não vai perder nada do que tem. Isso é para prevenir o Brasil do futuro, não são só palavras, são gestos concretos, veja o socorro que estamos dando ao Rio de Janeiro, por exemplo”, disse Temer.

O presidente também disse que pode haver cortes maiores no País se a reforma não passar. "No Congresso poderá haver uma ou outra mudança no texto, mas não podemos fazer uma reforma modesta para depois ter que fazer corte maior porque não preveniu isso antes", disse. “Não queremos que o Brasil, daqui a alguns anos, seja obrigado a fazer o que fez Portugal, cortar salários e eliminar 13º salário”, completou.

Várias cidades do País amanheceram sem ônibus e sem metrô por causa de protestos, nesta quarta-feira. A mobilização faz parte do Dia Nacional de Luta contra a reforma da Previdência. As manifestações desta quarta-feira foram organizados pelas centrais sindicais, além de movimentos como CUT, CTB, CNTE, Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.

Confira o discurso de Temer:

Em nota oficial, a CUT afirma que a greve geral acontece para questionar o governo de Michel Temer e sua proposta de Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista, em tramitação no Congresso Nacional, assim como o Projeto de Lei que libera a terceirização.

“O aumento da idade mínima para 65 anos e a definição de tempo de contribuição em 49 anos para receber o benefício integral da aposentadoria são propostas vergonhosas da Reforma da Previdência, e atingem principalmente os que mais precisam, aqueles que começam a trabalhar antes e em piores condições. Também não aceitaremos as mudanças nas regras da aposentadoria de trabalhadores rurais e dos professores, medidas  injustas que aprofundarão a profunda desigualdade social já existente no país”, escreveu a central em nota.

Reforma da Previdência está em tramitação 

O texto da reforma da Previdência está em tramitação em uma comissão especial na Câmara dos Deputados, onde deverá ser votada até abril. A proposta prevê pontos polêmicos, como o estabelecimento de idade mínima aos 65 anos para todos os trabalhadores, além da exigência de pelo menos 25 anos de contribuição para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Entretanto, para que o trabalhador consiga se aposentar com o benefício integral, o texto apresentado pelo governo Michel Temer prevê a obrigatoriedade de pelo menos 49 anos de contribuição.

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