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"Acabar com o Bolsa Família seria me chamar de idiota", afirma o presidente Michel Temer, em entrevista

Renato Mota
Renato Mota
Publicado em 05/11/2016 às 11:03
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O presidente aproveitou para criticar o movimento que vem ocupando escolas em todo País. “O debate não acontece mais no plano das ideias, mas acostumou-se no Brasil a debater no plano físico" / Foto: Reprodução/Rede TV

O presidente aproveitou para criticar o movimento que vem ocupando escolas em todo País. “O debate não acontece mais no plano das ideias, mas acostumou-se no Brasil a debater no plano físico" Foto: Reprodução/Rede TV

A jornalista Mariana Godoy, da Rede TV, conversou com o presidente Michel Temer (PMDB) em Brasília, em entrevista que foi ao ar na rede de televisão na noite de ontem (05). Na ocasião, o presidente discutiu temas que estão em pauta na sociedade, como a PEC 241, as ocupações das escolas e as reformas na previdência e política – na qual até considerou a possibilidade do voto facultativo.

“Talvez seja preciso fazer uma reforma política e nessa reforma vai entrar em pauta o voto obrigatório. Talvez fosse o caso de examinar a hipótese do voto facultativo”, afirmou Temer. “Há naturalmente um mal-estar com a classe política e é preciso refazer os costumes políticos”. 

Ao defender a PEC 241, o presidente garantiu que áreas como saúde e educação não serão afetadas. “As pessoas acham que esse governo assumiu o poder para perseguir os trabalhadores, os pobres, para acabar com a saúde, para acabar com a educação. O teto dos gastos é um teto geral. Saúde e educação são temas fundamentais para o País e para a formação dos setores menos privilegiados”, explicou Temer, que ainda defendeu a menutenção dos programas sociais criados durante o governo do PT. “Acabar com o Bolsa Família seria me chamar de idiota. E não apenas prosseguimos com o Bolsa Família, que não tinha uma revalorização há mais de dois anos e meio, como revalorizamos o programa em 12,5%”, completa. 

Sobre a reforma no Ensino Médio, Temer defendeu-se afirmando que o tema já vem sendo tratado no Congresso há muito tempo. “Estamos restabelecendo uma coisa que existia no passado. Nós queremos recuperar a ideia de, antes de entrar na universidade, poder fazer uma opção para se especializar em certas matérias. Não é verdade que aulas de educação física e de artes irão acabar. O que é triste e decepcionante é saber de gente que está no ensino médio e não sabe somar ou subtrair e não fala o português”. 

O presidente aproveitou para criticar o movimento que vem ocupando escolas em todo País. “O debate não acontece mais no plano das ideias, mas acostumou-se no Brasil a debater no plano físico. Não dá para vencer o protesto físico de um dia para o outro”, avalia. 

A reforma da previdência também foi tema da entrevista. De acordo com o presidente, “não adianta manter o sistema atual para que daqui cinco ou seis anos aqueles que hoje estão trabalhando e se aposentem ou os que já se aposentaram venham bater às portas e o poder público dizer que não tem como pagar. Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro estão quebrados por causa da Previdência”. 

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