A presidente destacou que é quase consenso entre os juristas que o pedido de prisão preventiva é insustentável e disse que é "preciso de mais seriedade". Foto: Agência Brasil
"O governo repudia em gênero, número e grau esse ato praticado contra Lula", afirmou Dilma, em coletiva de imprensa convocada para rechaçar rumores de que ela poderia renunciar ao cargo por causa do agravamento da crise política. "Não existe base nenhuma para este pedido. É um ato que ultrapassa o bom senso, é um ato de injustiça", completou.
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A presidente afirmou ser preciso ampliar o diálogo, que o momento do País tem que ser de "pacificação". Ela insinuou que os promotores que o fizeram estão tentando se promover e disse que o momento "chama o País a mais diálogo, mais calma, menos turbulência". "Nós acreditamos que esse é um momento de diálogo, de pacificação, é um momento de calma e de tranquilidade. Nós todos devemos isso ao País", disse.
A presidente criticou os vazamentos de delações e, sem citar nominalmente o senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou achar estranho que das supostas 400 páginas da delação só foram vazadas aquelas que diziam respeito a ela. "Por que vazaram, de 400 páginas, só páginas que diziam respeito a mim? O que parece, pelo assunto vazado, não devem ser muitas, por quê?"
LULA MINISTRO- A presidente não respondeu se fez o convite a Lula para que ele assumisse alguma pasta em seu governo, mas disse que "teria orgulho" de ter o ex-presidente em sua equipe.
"Eu não costumo discutir como é que eu formo meu ministério. Eu teria o maior orgulho de ter o presidente Lula no meu governo, porque o presidente Lula é uma pessoa com experiência, é uma pessoa com grande capacidade de formulação de políticas, e capacidade gerencial", afirmou. "Agora, não vou discutir aqui com vocês se o presidente Lula vai ser ou não vai ser, como é que vai ser ou como é que não vai ser", afirmou.
MANIFESTAÇÕES- Dilma afirmou que não teme confrontos nas manifestações marcadas para o próximo domingo contra o seu governo e que defende a democracia e o livre direito de expressão. "Faço o apelo para que as pessoas não cometam atos de violência", afirmou. "Temos de manter vitórias da democracia, uma delas é o direito de livre manifestação", completou.