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Eventual ida de Lula a ministério seria só por contribuição, diz Paulo Teixeira

Pedro Alves
Pedro Alves
Publicado em 11/03/2016 às 12:00
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O Ministério Público de São Paulo pediu nesta quinta-feira (10) a prisão preventiva de Lula / Foto: Yuri Cortez/AFP

O Ministério Público de São Paulo pediu nesta quinta-feira (10) a prisão preventiva de Lula Foto: Yuri Cortez/AFP

O deputado federal e aliado de Luiz Inácio Lula da Silva Paulo Teixeira (PT-SP) evitou defender abertamente que o ex-presidente assuma um ministério no governo Dilma Rousseff. Ele reforçou, no entanto, o discurso petista de que, se Lula assumir, será para contribuir com os "rumos do País" e não para se defender nos processos em que é investigado, na Justiça Federal em Curitiba e no Ministério Público de São Paulo.

"A ida ou não dele para o governo da presidenta Dilma Rousseff não diz respeito à proteção, diz respeito à contribuição que ele possa dar", afirmou.

O Ministério Público de São Paulo pediu nesta quinta-feira (10) a prisão preventiva de Lula, depois de denúncia por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá, no litoral paulista. 

O ex-presidente nega a propriedade do apartamento, que foi reformado pela OAS. Na sexta-feira (4) Lula já havia sido alvo da operação Lava Jato e foi levado de forma coercitiva para depor.

Teixeira reforçou que a proposta de ter Lula no governo não seria para ele obter foro privilegiado. "Não defendo a ida dele por esta razão, é legítimo que ele vá para contribuir com os rumos do País", disse. "Ele na condição de ex-presidente da República que contribuiu muito para o País, pode contribuir no governo da presidenta Dilma Rousseff."

O deputado chegou a defender que há anomalias e desrespeito na condução de processos contra Lula e que, a seu ver, ex-presidentes deveriam ter imunidade e foro privilegiado.

"Está havendo uma anomalia na condução desses processos, precisa ser revista a forma de condução não só no primeiro grau. A imunidade e o foro privilegiado deveriam valer para o ex-presidente", afirmou o deputado petista.

Teixeira repetiu que a investigação da Lava Jato e a denúncia do MP-SP contra Lula não têm base legal. Com relação ao tríplex do Guarujá, Teixeira disse que, se a prática usada por Lula e sua mulher Marisa Letícia for criminalizada, muitas pessoas que compram imóveis no País passarão a incorrer em crime. 

"É uma prática legal e comum no mercado imobiliário", disse sobre a compra de cotas e eventual desistência de se comprar um imóvel - como alega a defesa de Lula.

Teixeira chegou pouco depois das 10h da manhã ao Instituto Lula na capital paulista, onde o ex-presidente já se encontrava. Pouco depois chegaram os advogados de Lula, Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, e o senador petista Lindbergh Farias (RJ). Mais cedo, chegou também ao instituto do ex-presidente o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra. 

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA - Cogitado como nome do PT para o Ministério da Justiça, Paulo Teixeira desconversou. "Isso não está em questão", afirmou. O deputado destacou que Wellington César Lima e Silva não deixou ainda o posto de ministro da Justiça e tem ainda algum tempo para decidir se vai pedir exoneração no Ministério Público da Bahia. 

O STF estabeleceu o prazo de 20 dias a partir da publicação da ata do julgamento. O Supremo Tribunal Federal decidiu que o ministro não poderia ocupar o cargo na Esplanada enquanto ainda se mantiver como servidor do Ministério Público da Bahia. "Temos ministro da Justiça e não cabe discutir o cargo ocupado por uma pessoa", afirmou o deputado.

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