O governo deve recorrer à decisão que faz com que o Brexit seja levado ao parlamento Foto: AFP
- Acordo com Mercosul é "oportunidade" para projeto europeu após Brexit
- Chanceler britânico que apoiou o Brexit escreveu uma carta contra a saída da UE
A decisão contraria o desejo da premier Theresa May, que sempre afirmou que não era necessária a passagem do projeto pelas mãos dos parlamentares britânicos. O governo deve recorrer da decisão.
Segundo o juiz que liderou a sessão, Lord John Thomas, "a regra mais fundamental da Constituição do Reino Unido é a de que o Parlamento é soberano". Os magistrados decidiram que, caso dessem poder apenas ao governo, estariam "sabotando" o poder dos parlamentares.
O processo foi iniciado após diversas ações serem impetradas na Justiça por grupos pró-UE. Especialistas consideram que essas ações visam a fazer uma transição mais "suave" com o "Brexit", mantendo mais laços com o bloco do que a premier iria fazer.
Com a decisão, é provável que o processo de saída - que May havia anunciado para o início do ano que vem - sofra atrasos ou até mesmo pare em caso de divergências. Apesar de ter maioria no Parlamento, o "Brexit" dividiu as opiniões dos parlamentares das mais diferentes vertentes e muitos governistas são contrários à saída.
O veredito também acaba atrapalhando o papel de liderança da premier perante a União Europeia, já que o processo deve durar até dois anos.