O 1º bebê a nascer a partir da nova técnica que combina o DNA de três pessoas teria nascido saudável Foto: New Scientist
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O procedimento, conhecido como transferência mitocondrial, foi legalizado no Reino Unido em fevereiro de 2015, mas até agora nenhum outro país introduziu leis que permitam o uso da técnica. O tratamento tem o objetivo de ajudar famílias cujos pais têm alto risco de transmitir doenças genéticas aos filhos.
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Alguns especialistas revelaram preocupação com o fato de o procedimento ter sido feito fora dos Estados Unidos, a fim de escapar do alcance da legislação e sem publicação dos detalhes do tratamento.
Em entrevista à New Scientist, Zhang afirmou que viajou para o México, onde "não há regras". Mas, segundo ele, a manobra se justifica porque "salvar vidas é a coisa ética a ser feita."
A mãe do bebê tem um distúrbio genético fatal chamado síndrome de Leigh, que danifica o sistema nervoso em desenvolvimento. Os danos afetam o DNA da mitocôndria - uma estrutura celular que funciona com uma pequena bateria, gerando energia para as células - e são passados da mãe para o bebê.
Dez anos após o casamento do casal, a mulher ficou grávida quatro vezes, mas perdeu os bebês em sucessivos abortos espontâneos. O casal ainda teve uma menina em 2005, que morreu aos seis anos de idade e um segundo filho que viveu por apenas oito meses.
Os testes mostraram que, embora a mulher seja saudável, cerca de um quarto de suas mitocôndrias levam genes ligados à síndrome de Leigh.
Segundo a New Scientist, quando o casal procurou ajuda com Zhang, o médico decidiu tentar o procedimento de transferência mitocondrial. Assim, o núcleo do óvulo da mãe foi inserido no óvulo de uma doadora saudável, cujo núcleo foi removido. O óvulo então foi fertilizado com espermatozoide do marido.
Os pesquisadores americanos criaram cinco embriões, mas apenas um se desenvolveu normalmente. Ele foi implantado na mãe, que deu o bebê à luz nove meses depois.