Presídio de Alcaçuz

Após dia de confronto, detentos fazem culto na Penitenciária de Alcaçuz

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Publicado em 20/01/2017 às 11:04
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Detentos de Alcaçuz fazem culto religioso com direito a caixa de som e microfone. / Foto: Reprodução/Magnus Nascimento/Tribuna do Norte.

Detentos de Alcaçuz fazem culto religioso com direito a caixa de som e microfone. Foto: Reprodução/Magnus Nascimento/Tribuna do Norte.

Em meio a um cenário de destruição após sete dias de rebelião e mortes, detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, realizaram uma celebração religiosa com direito a caixa de som, microfone e violão, na manhã desta sexta-feira (20). As informações são do portal Tribuna do Norte. 

Sem a presença de presos do pavilhão 5, onde estão custodiados membros da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), cerca de 30 detentos acompanharam as leituras bíblicas e cantos de louvor entoados em um púlpito. Ainda de acordo com o Tribuna do Norte, a manhã é de aparente estabilidade sem sinais de um eventual confronto entre o PCC e o Sindicato do Crime do RN.

Conforme apurou o portal, ainda não há confirmação a respeito de alguma intervenção da Polícia Militar dentro da unidade nesta sexta-feira. 

O dia anterior

No fim da tarde dessa quinta-feira (19), batalhões especiais da Polícia Militar do Rio Grande do Norte entraram na penitenciária para conter um novo confronto entre as facções rivais iniciado pela manhã e que resultou em mais mortes, segundo informações do Tribuna do Norte. Participam da operação homens dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque (BPChoque), e do Grupo de Operações Especiais (GOE).

A entrada do contingente fez que os detentos, que circularam pelo pátio da prisão durante todo o dia, se recolhessem para dentro dos pavilhões. O objetivo do governo do estado é manter a polícia no local até a construção de um muro de concreto no meio do pátio. Esse muro dividirá os detentos das facções rivais PCC e Sindicato do RN, para que não ocorram novos confrontos.

Além disso, membros de uma das facções existentes em Alcaçuz devem ser levados para outras prisões, para evitar duas facções rivais em um mesmo presídio, mas não foi divulgada qual facção permanecerá no local. Na quarta-feira (18), 220 presos já haviam sido transferidos do local. Em entrevista coletiva no início da noite de hoje, o governador Robinson Faria disse que não negocia com as facções criminosas.

“A ação do governo está tendo reações, mas o governo não vai recuar. E é preciso reafirmar: em nenhum momento, o governo autorizou qualquer tipo de negociação, seja com o PCC ou com o Sindicato. Não negociei, não aceito, não autorizo e não admito”, afirmou Faria.

Falando sobre o papel das Forças Armadas na crise penitenciária, o ministro da Defesa, Raul Jungmann disse que as mesmas não vão interagir com os presos. Em visita a Dourados (MS), onde cumpre compromissos oficiais, Jungmann disse que não está previsto que os militares atuem na contenção de conflitos. “Nós não vamos fazer repressão dentro de presídio. Não vamos cuidar da crise e da guerra entre facções. O que vamos fazer é uma varredura de instalações, sem qualquer interação. Esse papel é da polícia, como está acontecendo”, disse.

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