Crise penitenciária

Novo confronto entre PCC e Sindicato é registrado em Alcaçuz nesta quinta

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Publicado em 19/01/2017 às 10:49
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As facções Família do Norte, Sindicato do Crime e PCC se enfrentam em Alcaçuz / Foto: Tribuna do Norte

As facções Família do Norte, Sindicato do Crime e PCC se enfrentam em Alcaçuz Foto: Tribuna do Norte

Um novo confronto está acontecendo na manhã desta quinta-feira (19) no Complexo Presidário de Alcaçuz, em Natal, Rio Grande do Norte. Os presos estão tentando invadir o Pavilhão 5, onde estão detidos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). O helicóptero da Polícia Militar do RN jogou bombas de efeito moral na tentativa de apartar o conflito, sem sucesso. Há feridos no local e os próprios presos estão tentando fazer o socorro.

Do lado de fora, muitos tiros disparados por policiais militares e agentes penitenciários eram ouvidos, assim como o barulho de bombas de efeito moral. Os detentos estão arremessam pedaços de madeira e pedras, e conseguiram ultrapassar a barricada artesanal feita pelos membros do PCC. Até às 10h40, a Polícia Militar ainda não havia entrado no presídio. Aglomerados próximo ao pavilhão 4, onde no sábado (14), 26 presidiários foram mortos, os presos foram dispersados após os disparos de armamento não letal. De cima de um dos pavilhões, um preso gritava pela atenção da PM pedindo que liberasse o acesso para que os próprios presos "dessem um jeito".

A nova rebelião acontece no dia seguinte à retirada de 220 internos ligados ao Sindicato do Crime do RN (SDC) do local. O governo do Estado remanejou presos entre três unidades visando a acalmar a situação em Alcaçuz. A Justiça, porém, determinou que parte da operação fosse desfeita.

A Vara de Execuções Penais de Nísia Floresta, cidade onde está situado o presídio, entendeu que presos foram retirados "à revelia" e estariam "correndo sério risco de morte, em especial porque a rebelião não foi controlada". Em nota, o Tribunal de Justiça potiguar informou que "neste momento de desconfiança entre os presos, não há possibilidade de saber quem são os presos do Sindicato do Crime". "Só os do PCC estão se declarando como integrantes desta facção."

A decisão de interromper a operação montada pelo Estado foi tomada pela juíza Nivalda Torquato, que considerou ainda uma decisão de 2015 que interditou Alcaçuz para novos presos. "Somente por meio de documento oficial e em condições de normalidade é que se pode permutar presos", informou a magistrada. A transferência de Alcaçuz envolvia a permuta com presos retirados da Penitenciária Estadual de Parnamirim, que seriam divididos entre a unidade em NÍsia Floresta e a Cadeia Publica de Natal, na zona norte da capital. O governo disse que não ia comentar a decisão da juíza, mas ressaltou que na terça-feira (17) foi realizada uma reunião com o TJ para repassar as informações sobre as transferências e organizar a operação. 

"Os presos que não entraram em Alcaçuz passaram a noite na Cadeia Pública de Natal. Por questão de segurança, a secretaria de segurança não pode repassar informações neste momento sobre a nova operação de transferência", disse o governo em nota. Não foi informado se os detentos retirados serão devolvidos à Alcaçuz. 

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