Alcaçuz

Policial diz que não há como evitar confrontos em penitenciária do RN

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Publicado em 17/01/2017 às 20:25
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Segundo policial, agentes de segurança pública tentam evitar os confrontos entre as duas gangues rivais / Foto: AFP

Segundo policial, agentes de segurança pública tentam evitar os confrontos entre as duas gangues rivais Foto: AFP

Um policial descreveu o clima das ameaças de confrontos entre os integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Sindicato do Crime do RN (aliado ao Comando Vermelho), que decretaram uma nova rebelião, na manhã desta terça-feira (17), na Penitenciária de Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte. Os conflitos, que acontecem desde o último sábado (14), são entre duas facções rivais pelo controle dos pavilhões da unidade prisional.

"Se houver o confronto, é morte demais... a gente tá numa situação difícil. A gente acha que não tem condições de segurar. Não temos condições de matar uma quantidade dessa de preso. Se não houver confronto agora, terá de noite porque tá todo mundo solto", disse o policial. 

De acordo com o vídeo divulgado nas redes sociais por um policial, agentes de segurança pública tentam evitar os confrontos entre as duas gangues rivais. "Policiais estão no meio evitando a briga, pois o Sindicato com mais de 400 presos e o PCC com quase 600 querem se enfrentar", afirmou. 

Em uma entrevista à reportagem do portal Tribuna do Norte, nessa segunda-feira (16), um detento relatou por telefone o clima dentro da penitenciária. Segundo o preso, que não teve a identidade revelada, o governo do estado suspendeu a alimentação, além de cortar o fornecimento de água e luz.

O detento ainda ameaçou que, caso alguns pedidos não fossem atendidos, novas rebeliões porderiam acontecer no presídio. Na tarde dessa segunda-feira, pelo menos cinco líderes do presídio foram transferidos para outras unidades prisionais, após entrada das forças se segurança.

Veja vídeo:

Rebelião no Alcaçuz

Alcaçuz foi palco de uma rebelião que durou cerca de 14 horas, entre sábado (14) e domingo (15). Inicialmente, as autoridades estaduais falavam em pelo menos dez mortos. Ontem à noite, no entanto, os secretários estaduais da Justiça e da Cidadania, Walber Virgolino da Silva Ferreira, e da Segurança Pública e Defesa Social, Caio César Marques Bezerra, anunciaram que 26 corpos foram localizados e transferidos para o Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP), onde serão identificados.

Na tarde desta segunda-feira, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, disse, por meio de sua conta no Twitter, que vai pedir ao governo federal o aumento no contingente da Força Nacional de Segurança Pública no estado. O governador virá a Brasília amanhã (17) para se reunir com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, e solicitar o reforço do efetivo da Força Nacional para o enfrentamento à crise instalada no sistema penitenciário.

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