Todos os mortos na rebelião em Alcaçuz foram decapitados ou carbonizados Foto: AFP
Quase todos os corpos dos presos assassinados dentro do presídio de Alcaçuz foram decapitados; com exceção de dois carbonizados. "Pela perícia, todos foram decapitados. Um corpo carbonizado não foi possível identificar ainda. Todos ainda tinham marcas de objetos perfuro-cortantes; nenhum aparente com marca de tiro", disse Marcos Brandão, coordenador do Instituto Técnico-Científico de Perícia, ao UOL.
Em coletiva de imprensa no final da manhã, o secretário de Estado da Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino Ferreira da Silva, havia confirmado ao menos 10 mortos. Entretanto, o secretário foi informado por um agente penitenciário que 27 corpos já tinham sido encontrados. "Secretário, eu contei 27 troncos", disse o servidor ao secretário diante de jornalistas e assessores. Naquele momento, Wallber Virgolino não comentou o número.
Pelo menos seis homens, pertencentes à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foram identificados como os responsáveis pela rebelião que destruiu parcialmente a penitenciária e o Pavilhão Rogério Coutinho Madruga. Eles serão transferidos para unidades penitenciárias estaduais ou federais.
Maior rebelião já registrada em Alcaçuz
O secretário de Justiça e Cidadania do Estado, Wallber Virgolino Ferreira da Silva, disse que esta foi a maior rebelião já registrada no complexo prisional de Alcaçuz, criado no fim da década de 1990. As autoridades atribuem o massacre a seis homens ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo.
O PCC, inclusive, foi citado pelo site da rede de televisão CNN. A reportagem diz que a rebelião teve início após uma briga entre a facção paulista e uma facção local chamada Sindicato do Crime do RN. A CNN lembrou também que o PCC estaria envolvido nos outros massacres ocorridos em penitenciárias brasileiras em 2017, no Amazonas e em Roraima.
Outro site que também noticiou o caso foi o da rede de televisão britânica BBC. Além de divulgar o número de mortes e as falas de autoridades sobre o caso, a reportagem do site afirma que motins não são incomuns em prisões superlotadas do Brasil, em grande parte controladas por poderosos grupos criminosos.
A rebelião repercutiu nos principais jornais estrangeiros, que deram destaque aos requintes de violência e à superlotação dos presídios.