Violência

Pena de condenados é pequena, diz mãe de vítima de estupro no Piauí

MARÍLIA BANHOLZER
MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 10/07/2015 às 15:39
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"Deus vai dar a eles o que merecem", disse na tarde desta sexta-feira (10) a mãe de uma das vítimas de um estupro coletivo que resultou na condenação de quatro adolescentes pelo crime. Os rapazes -na faixa etária de 15 a 17 anos- foram condenados a três anos de detenção por participação no estupro coletivo contra quatro garotas no município de Castelo do Piauí (a 190 km de Teresina).

Para a mãe de uma das vítimas, que não quis se identificar, a pena dada pela Justiça é pequena diante da barbaridade cometida pelos adolescentes. "Mas a Justiça é quem sabe. Fico pensando quando esses meninos saírem e voltarem para Castelo. Entrego o destino deles a Deus. Sou contra mandar fazer vingança", disse.

Em acompanhamento psicológico e sem acesso à internet, a filha dela não sabe que uma das vítimas morreu. As quatro meninas estupradas em 27 de maio foram amarradas, violentadas sexualmente a jogadas de um morro de cerca de 10 metros nos arredores do município.

Elas faziam fotos para tarefas escolares quando foram atacadas. Danielly Rodrigues Feitosa, a garota que morreu, tinha 17 anos. Ela teve esmagamento da face e fraturas no pescoço e tórax. As outras três foram internadas com traumatismo craniano, fratura no punho e tornozelo, mas já tiveram alta hospitalar.

No estupro coletivo, participaram os quatro adolescentes e um suspeito adulto -Adão José da Silva, 40. O promotor pediu a condenação de mais de 160 anos de prisão para ele, que é citado como líder do estupro. O juiz ainda não deu a sentença do Adão José da Silva, pois seu processo é separado dos menores.

Na decisão, o juiz Leonardo Brasileiro decretou a internação dos menores no CEM (Centro Educacional Masculino), em Teresina, pelos crimes de estupro coletivo, homicídio e tentativa de homicídio.

Na sentença, o magistrado solicita que os adolescentes sejam submetidos a avaliações comportamentais a cada seis meses e o relatório será encaminhado à Justiça. O juiz solicitou também que os quatro menores irão receber tratamento médico, já que são usuários de droga.

LOIRINHA BOA - "A intenção deles era matar as adolescentes. Foi um crime com requinte de crueldade, sem possibilidade de defesa das vítimas, com ato de desprezo, chacota, ironia -chegaram a chamar vítima de 'loirinha boa- e por motivo torpe", disse o promotor Cezário de Souza Cavalcante Neto, que acompanhou o caso.

Segundo ele, a sentença do juiz foi bem fundamentada, mas o promotor poderá contestar os itens em que o magistrado não considerou os crimes de corrupção de menores e associação criminal.

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