Segurança

Para reduzir assaltos, Polícia da Bahia usa mulheres infiltradas nos ônibus

Maria Luisa Ferro
Maria Luisa Ferro
Publicado em 26/01/2017 às 9:24
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Iniciativa para reduzir assaltos a ônibus na Bahia aumentou o número de prisões em mais de 50% / Foto:Elói Corrêa/GOVBA

Iniciativa para reduzir assaltos a ônibus na Bahia aumentou o número de prisões em mais de 50% Foto:Elói Corrêa/GOVBA

Uma iniciativa da Polícia Civil da Bahia, através do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc), tem apresentado resultados bastante positivos no combate dos assaltos a ônibus. Policiais infiltrados - a maioria, mulheres - como passageiros em ônibus, metrôs e paradas de coletivos são responsáveis por 50% das prisões realizadas pelo Gerrc nos últimos dois anos. Em entrevista ao jornal Correio da Bahia, o delegado Nélis Araújo explica a eficiência da ação. "Esse minucioso trabalho minimiza a falha por parte dos policiais na indicação da autoria dos roubos", declarou.

Em 2015, a unidade de inteligência registrou 260 prisões, sendo 103 promovidas pelo Gerrc. Já em 2016, das 252 pessoas detidas em assaltos a ônibus, 126 foram pegos durante o trabalho de infiltração das agentes. “Elas passam mais despercebidas. São os olhos vivos dos falcões (policiais homens) do grupo. Elas indicam os autores, mas evitam aparecer, mesmo no ato prisional, pois precisam fazer a parte de inteligência no dia seguinte ou horas depois no mesmo dia”, explica Araújo.

Na maioria das ocorrências, as agentes infiltradas atuam nos coletivos, enquanto uma viatura disfarçada acompanha a ação a distância. Sem levantar suspeita, elas entram em ação e passam informações para a guarnição através de um celular. "A conversa pelo celular é codificada e impercptível para a criminalidade. Após o repasse, a agente desce do õnibus e a equipe entra em ação", conta o coordenador do Gerrc.

Fraudes no bilhete eletrônico também são alvo do Gerrc

Mas o trabalho das agentes infiltradas não se resume apenas aos assaltos a ônibus. Algumas prisões estão relacionadas às fraudes no sistema de bilhetagem eletrônica. “Nesses casos, o aproveitamento é de 100%. As nossas agentes ficam nas estações de transbordo e acabam sendo abordadas por gente querendo vender cartões de gratuidade de idosos e deficientes físicos", finaliza Nélis Araújo. 

Por medo de assaltos, ônibus rodam com luzes apagadas em Olinda 

Com 251 assaltos registrados até o dia 25 de janeiro de 2017, quase o dobro do registrado no mesmo período de 2016, a insegurança toma conta de utiliza o ônibus como meio de transporte. Na tentativa de barrar a investida dos criminosos, alguns coletivos que passam pela II Perimetral de Olinda tem circulado com as luzes internas apagadas a noite, dando a entender que o veículo está fora de circulação. 

A II Perimetral registrou um aumento significativo no número de assaltos nos últimos meses. Nas últimas 24 horas, três assaltos a ônibus foram registrados na via. Em novembro do ano passado, o Governo do Estado lançou o Plano Estadual de Enfrentamento a Assaltos a Ônibus, onde foram anunciadas a instalação de no mínimo quatro câmeras por coletivo e implantação de aparelhos de rastreamento em toda a frota.  

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