Suposto míssil

Coreia no Norte dispara 'projétil não identificado' sobre Mar do Japão

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 04/04/2017 às 21:07
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Forças armadas americanas confirmaram que a Coreia do Norte disparou um míssil balístico no Mar do Japão / Foto: AFP

Forças armadas americanas confirmaram que a Coreia do Norte disparou um míssil balístico no Mar do Japão Foto: AFP

A Coreia do Norte disparou nesta quarta-feira um míssil balístico sobre o Mar do Japão, informaram o ministério sul-coreano da Defesa e militares americanos.

"A Coreia do Norte disparou um projétil não identificado sobre o Mar do Japão esta manhã a partir de Sinpo", um porto do leste do país, informou o ministério em um comunicado.

As forças armadas americanas confirmaram o disparo do míssil norte-coreano, mas destacaram que não representa uma ameaça para a América do Norte, e prometeram trabalhar de perto com seus aliados na região.

"O Comando do Pacífico dos EUA está plenamente comprometido a trabalhar estreitamente com nossos aliados japoneses e da República da Coreia (do Sul) para manter a segurança", informou o comando.

"O Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) determinou que o lançamento do míssil da Coreia do Norte não representa uma ameaça para a América do Norte", acrescentou.

O Comando do Pacífico informou ter determinado o lançamento do míssil balístico, de médio alcance, às 06h42 locais de quarta-feira (18h42 de terça em Brasília) e que caiu no Mar do Japão nove minutos depois, de acordo com o determinado pelo Ministério da Defesa Sul-coreano.

A inquietação na Península é cada vez maior pelo suposto avanço dos programas nuclear e balístico da Coreia do Norte, que tenta desenvolver um míssil de longo alcance capaz de atingir o território americano com uma ogiva nuclear, e por enquanto realizou cinco testes nucleares, dois deles no ano passado.

Em fevereiro, Pyongyang disparou quatro mísseis, três dos quais caíram perto do Japão, em um teste que tinha como objetivo simular um ataque a bases americanas no arquipélago.

Seis pacotes sucessivos de sanções impostos pela ONU desde um primeiro teste nuclear norte-coreano em 2006 não conseguiram dissuadir Pyongyang de seguir adiante com seus programas.

A Coreia do Norte já fez cinco testes nucleares subterrâneos, dois deles em 2016, e tenta desenvolver mísseis intercontinentais capazes de carregar ogiva atômica.

No fim de março, imagens de satélite mostraram, segundo analistas do 38 North, um site na internet de referência sobre o regime de Pyongyang, preparativos para um novo teste nuclear na Coreia do Norte.

Imagens difundidas e analisadas por especialistas da 38 North mostram a presença de veículos de equipamentos (cabos de comunicação ou bombas d'água) no sítio nuclear de Punggye-ri, no norte do país, elementos que indicam a preparação de um teste nuclear.

Militares americanos chegaram antes às mesmas conclusões e observaram "atividade" em torno de instalações nucleares na Coreia do Norte.

Em declarações publicadas no domingo, o presidente americano, Donald Trump, disse estar disposto a "resolver" por conta própria o problema com a Coreia do Norte, caso a China, principal aliada de Pyongyang, não aja para por um ponto final às ambições militares norte-coreanas.

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Trump deve se reunir na quinta-feira com o presidente chinês, Xi Jinping. A Coreia do Norte estará na agenda.

Na segunda-feira, o ministério norte-coreano das Relações Exteriores considerou "irresponsáveis" os três dias de exercícios militares navais dos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, que terminaram na quarta-feira.

Estas "ações irresponsáveis" levam a península "à beira da guerra", declarou um porta-voz do ministério norte-coreano das Relações Exteriores, citado pela agência oficial KCNA.

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