Ataque

Tiroteio em escola secundária na França deixa 14 feridos

Priscila Miranda
Priscila Miranda
Publicado em 16/03/2017 às 22:43
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Autor dos disparos era um aluno da instituição "fascinado por armas" / Foto: AFP

Autor dos disparos era um aluno da instituição "fascinado por armas" Foto: AFP

Quatorze pessoas ficaram feridas levemente nesta quinta-feira (16) em um tiroteio ocorrido em um colégio secundário de Grasse, sudeste da França, e que tinha como alvo os próprios alunos.

Um aluno do estabelecimento, de 16 anos, armado com um fuzil, duas pistolas e duas granadas, foi detido depois do incidente registrado na escola secundária Tocqueville, provocando pânico em meio ao clima de tensão na França desde os atentados terroristas de 2015 e 2016.

"Não há qualquer indício de ligação com o terrorismo", declarou a procuradora de Grasse, Fabienne Atzori, durante uma coletiva de imprensa.

As motivações do adolescente, que não resistiu à prisão, "parecem ligadas às péssimas relações que tinha com os outros alunos", acrescentou.

"Trata-se, visivelmente, de um ato louco de um jovem frágil e fascinado por armas de fogo", considerou, por sua vez, a ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem. O jovem foi colocado em detenção provisória "por tentativas de assassinatos".

"Passamos perto do pior", ressaltou a ministra, elogiando a coragem do diretor do estabelecimento "que se precipitou para detê-lo: ele foi um herói (...) e foi assim que ele foi ferido a tiros".

O estudante "entrou no estabelecimento por volta das 12h30 (8h30 de Brasília), armado com uma espingarda de caça", segundo as autoridades locais.

"Ele agrediu, por razões que ainda não foram esclaredidas, o diretor e três colegas", indicaram.

O suspeito poderia sofrer de "problemas psicológicos", afirmou o presidente da região Provence-Alpes-Côte d'Azur, Christian Estrosi.

Como medida de segurança, as autoridades ordenaram o fechamento de todos os centros escolares dessa localidade conhecida por seus perfumes e situada 40 km a oeste de Nice. Alunos, professores e funcionários receberam ordem de ficar dentro das escolas.

"Aos alunos pedimos que fiquem na escola e se acalmem", informaram as autoridades locais.

Funcionários públicos locais disseram à AFP que vários alunos chegaram a fugir e procuraram refúgio em um supermercado próximo, o que acabou criando pânico e rumores de um ataque.

A França se encontra em estado de emergência depois de uma onda de atentados jihadistas que deixou 238 desde janeiro de 2015.

Segurança reforçada

Desde o início das aulas, em setembro, a segurança em torno dos 64.000 estabelecimentos escolares do país foi reforçada, com a mobilização de mais de 3.000 reservistas.

O tiroteio acontece a menos de 40 dias das eleições presidenciais, nas quais Marine Le Pen, da extrema-esquerda, parte como favorita no primeiro turno.

Também aconteceu horas depois da explosão de uma carta-bomba no escritório do FMI em Paris, que foi caracterizado como um atentado pelo presidente francês François Hollande.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, também emitiu um comunicado condenando o que chamou de ato de violência.

Segundo as primeiras informações, a vítima é uma assistente da direção, que teria ficado ferida nas mãos e no rosto depois de abrir uma carta-bomba. Os funcionários foram retirados das instalações por medida de proteção.

A procuradoria antiterrorista abriu uma investigação por tentativa de assassinato em um ato terrorista.

A França já vivenciou ataques a suas escolas.

Em 2012, Mohamed Merah, um extremista de 23 anos, matou três crianças e um professo em uma escola judia da cidade de Toulouse (sudoeste).

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