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Tiroteio em escola francesa foi ato de um jovem fascinado por armas

Ingrid
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Publicado em 16/03/2017 às 14:27
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O tiroteio ocorreu em um colégio secundário de Grasse, sudeste da França e o atirador tinha como alvo o diretor da instituição. / Foto: Valery Hache / AFP

O tiroteio ocorreu em um colégio secundário de Grasse, sudeste da França e o atirador tinha como alvo o diretor da instituição. Foto: Valery Hache / AFP

O estudante responsável por um tiroteio em uma escola secundária no sudeste da França é um jovem frágil, assinalou a ministra da Educação, que elogiou a ação heroica do diretor do estabelecimento por proteger seus alunos.

"Evidentemente, foi um ato louco de um jovem frágil e fascinado por armas", declarou Najat Vallaud-Belkacem, que se dirigiu imediatamente à escola na cidade de Grasse, onde ocorreu o tiroteio que deixou oito feridos.

Entenda o que aconteceu na escola francesa

O tiroteio ocorreu em um colégio secundário de Grasse, sudeste da França e o atirador tinha como alvo o diretor da instituição.

Um aluno do estabelecimento, de 17 anos, armado com um fuzil, duas pistolas e duas granadas, foi detido depois do incidente registrado na escola secundária Tocqueville, informou uma fonte judicial à AFP, pedindo para não ser identificada. "Suspeito aparentemente sofre de problemas psicológicos", afirmou o presidente da região, Christian Estrosi.

As informações ainda são contraditórias sobre se o suspeito agiu sozinho ou com a ajuda de uma segunda pessoa. A polícia indicou em um primeiro momento que estava procurando um cúmplice foragido. Outra fonte policial, no entanto, disse que o estudante agiu sozinho.

Segundo um comunicado da prefeitura de Grasse, dois alunos dispararam contra o diretor. Este último e outros dois estudantes sofreram ferimentos leves e um terceiro aluno teve uma crise nervosa, segundo Estrosi.

Como medida de segurança, as autoridades ordenaram o fechamento de todos os centros escolares desta localidade conhecida por seus perfumes e situada 40 km a oeste de Nice. Alunos, professores e funcionários receberam ordem de ficar dentro das escolas. "Aos alunos pedimos que fiquem na escola e se acalmem", informaram as autoridades locais.

Funcionários públicos locais disseram à AFP que vários alunos chegaram a fugir e procuraram refúgio em um supermercado próximo, o que acabou criando pânico e rumores de um ataque.

O secretário de Educação de Nice, Emmanuel Ethis, também pediu aos pais que não vão buscar seus filhos nas escolas, garantindo que os alunos se encontram em segurança.

A França se encontra em estado de emergência depois de uma onda de atentados jihadistas que deixou 238 desde janeiro de 2015. Neste caso, no entanto, a investigação não está orientada para uma hipótese terrorista.

- Segurança reforçada


Desde o início das aulas, em setembro, a segurança em torno dos 64.000 estabelecimentos escolares do país foi reforçada, com a mobilização de mais de 3.000 reservistas.

O tiroteio acontece a menos de 40 dias das eleições presidenciais, nas quais Marine Le Pen, da extrema-esquerda, parte como favorita no primeiro turno.

Também aconteceu horas depois da explosão de uma carta-bomba no escritório do FMI em Paris, que foi caracterizado como um atentado pelo presidente francês François Hollande.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, também emitiu um comunicado condenando o que chamou de ato de violência.

Segundo as primeiras informações, a vítima é uma assistente da direção, que teria ficado ferida nas mãos e no rosto depois de abrir uma carta-bomba. Os funcionários foram retirados das instalações por medida de proteção.

A procuradoria antiterrorista abriu uma investigação por tentativa de assassinato em um ato terrorista. A França já vivenciou ataques a suas escolas.

Em 2012, Mohamed Merah, um extremista de 23 anos, matou três crianças e um professo em uma escola judia da cidade de Toulouse (sudoeste).

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