Oriente Médio

Guerra na Síria: mais de 320.000 mortos e um drama humanitário

Ingrid
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Publicado em 13/03/2017 às 13:42
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Iniciada há seis anos, a revolta na Síria contra o regime de Bashar al-Assad se transformou em uma guerra devastadora que deixou mais de 320.000 mortos, cerca da metade da população deslocada e um país em ruínas. / Foto: Joseph Eid / AFP

Iniciada há seis anos, a revolta na Síria contra o regime de Bashar al-Assad se transformou em uma guerra devastadora que deixou mais de 320.000 mortos, cerca da metade da população deslocada e um país em ruínas. Foto: Joseph Eid / AFP

 

Iniciada há seis anos, a revolta na Síria contra o regime de Bashar al-Assad se transformou em uma guerra devastadora que deixou mais de 320.000 mortos, cerca da metade da população deslocada e um país em ruínas.

 

- Vítimas

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que dispõe de uma vasta rede de informantes em terra, contabilizou 321.358 mortos. Entre eles há mais de 96.000 civis, incluindo 17.000 crianças.

O país contava com 23 milhões de habitantes antes do conflito. A metade da população foi obrigada a deixar seus lares devido à guerra. Dentro do país há 6,6 milhões de deslocados.

Segundo a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), 4,7 milhões de pessoas estão em zonas de difícil acesso e cidades sitiadas.

 

- Refugiados

A guerra obrigou 4,9 milhões de pessoas a fugir do país, segundo dados do Acnur do mês de fevereiro. A Turquia se converteu no principal lugar de asilo dos refugiados, com 2,9 milhões de sírios registrados pela agência da ONU.

No Líbano, o Acnur registrou um milhão de pessoas, embora uma fonte governamental afirme que são mais de 1,5 milhão. Na Jordânia, a agência contabilizou 630.000, mas as autoridades deste país dizem que são 1,4 milhão. Além disso, há cerca de 225.000 sírios no Iraque e 137.000 no Egito.

Segundo o Acnur, 90% dos refugiados sírios vivem abaixo da linha da pobreza e ao menos 10% são considerados "extremamente vulneráveis".

 

- Detidos e torturados

No dia 7 de fevereiro de 2017, a Anistia Internacional acusou o regime de Assad de ter enforcado 13.000 em cinco anos, entre 2011 e 2015, na tristemente famosa prisão de Saydnaya, perto de Damasco, e denunciou uma "política de extermínio".

A organização afirma que a estas execuções se somam 17.700 pessoas mortas nas masmorras do regime, um número já contabilizado anteriormente pela Anistia.

Segundo o OSDH, ao menos 60.000 pessoas morreram em seis anos, torturadas ou pelas terríveis condições de detenção nas prisões do regime. Desde que o conflito começou, 500.000 pessoas transitaram pelas prisões do regime, segundo o OSDH.

Além disso, segundo o Observatório, "várias milhares" de pessoas morreram nas prisões dos grupos rebeldes e extremistas.

Investigadores da ONU acusaram em fevereiro de 2016 o regime de Damasco pelo extermínio dos detidos, afirmando que as mortes em massa de prisioneiros são o resultado de uma "política de Estado".

 

- Economia moribunda

Segundo os especialistas, o conflito prejudicou a economia a ponto de fazê-la retroceder ao nível que tinha há três décadas, privando-a de quase todas as suas receitas, com a destruição da maioria das infraestruturas. O sistema de educação e o de saúde estão em ruínas.

Em 2015, uma coalizão de 130 ONGs denunciaram que a Síria subsiste quase sem eletricidade, já que 83% da rede elétrica foi destruída.

Mais de 80% da população vive abaixo da linha da pobreza, segundo um estudo publicado em abril de 2016 pela ONU e pela universidade de Saint Andrews (Escócia). O estudo aponta igualmente que a economia se contraiu 55% entre 2010 e 2015.

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