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Netanyahu tira proveito de chegada de Trump ao poder

Ingrid
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Publicado em 01/02/2017 às 13:39
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A posse de Donald Trump tem sido uma "ótima oportunidade" para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. / Foto: Dan Balilty /  AFP

A posse de Donald Trump tem sido uma "ótima oportunidade" para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Foto: Dan Balilty / AFP

A posse de Donald Trump tem sido uma "ótima oportunidade" para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.  Veja uma lista de decisões e declarações israelenses desde 20 de janeiro, dia da posse de Trump.

 

20 de janeiro: 'Meu amigo'

"Felicitações a meu amigo, o presidente Trump. Alegro-me com a ideia de trabalhar em estreita colaboração com você para fazer a aliança Israel-EUA mais forte do que nunca", tuitou Netanyahu no dia da posse de Trump em Washington.

 

21 de janeiro: 'Soberania'

"Pela primeira vez em 50 anos, o primeiro-ministro tem a opção: a soberania (de Israel na Cisjordânia ocupada) ou um Estado palestino" independente, tuitou um dos pilares do governo de Israel, o nacionalista religioso Naftali Bennett, defensor da anexação de parte da Cisjordânia.

 

22 de janeiro: Anexação?

Bennett quer apresentar no Conselho de Ministros um texto que defende a anexação de uma das maiores colônias da Cisjordânia. A anexação de Maale Adumin acabaria com qualquer possibilidade de criar um Estado palestino.

O tema é tão delicado que Netanyahu havia adiado toda decisão para depois de seu encontro com Trump em meados de fevereiro.

Mas, segundo a ministra da Justiça Ayelet Shaked, próxima de Bennett, as regras do jogo mudaram: "é preciso compreender rapidamente e criar os fatos" no terreno.

 

22 de janeiro: avança a colonização em Jerusalém

A prefeitura israelense de Jerusalém deu seu aval definitivo para a construção de 566 habitações em Jerusalém oriental, ocupada e anexada. "Já não temos as mãos atadas, como na época de Barack Obama", declarou Meir Turjeman, vice-prefeito.

 

22 de janeiro: sem freios

Netanyahu promete diante dos ministros levantar todas as restrições à colonização em Jerusalém oriental agora que Obama deixou o cargo, informou a imprensa sem que o governo desmentisse.

 

23 de janeiro: 'ótima' oportunidade

Após oito anos de "enorme pressão" exercida por Obama sobre Israel sobre a questão do Irã e as colônias, "estamos diante de um ambiente favorável para a segurança e o futuro do Estado de Israel, mas isso requer um sentido de responsabilidade e prudência da nossa parte, para não perder esta ótima oportunidade", afirmou Netanyahu aos membros de seu partido Likud.

 

24 de janeiro: colonização na Cisjordânia

Israel anunciou a construção de 2.500 habitações em assentamentos na Cisjordânia, o maior anúncio sobre o tema em anos.  "Estamos construindo e vamos continuar construindo", tuitou Netanyahu.

 

26 de janeiro: colonização (bis)

A prefeitura de Jerusalém autoriza definitivamente 153 novas casas. "Nos próximos meses vamos entregar as licenças para milhares de habitações", afirmou Turjeman.

 

29 de janeiro: embaixada dos EUA

"A embaixada dos Estados Unidos deve vir para cá, em Jerusalém", e não ficar em Tel Aviv, declarou Netanyahu recordando uma das promessas de Trump. Uma mudança que seria uma guinada diplomática histórica.

 

30 de janeiro: apropriação de terras

O Parlamento israelense começa seus trabalhos para adotar uma lei que permitiria Israel apropriar-se de centenas de hectares de terras palestinas na Cisjordânia ocupada.

 

1º de fevereiro: Cisjordânia (bis)

Israel anuncia a construção de 3.000 novos assentamentos na  Cisjordânia ocupada.

As declarações de Netanyahu não se limitaram ao conflito israelense-palestino. O primeiro-ministro afirma que com Trump "as coisas vão mudar" em relação ao Irã, um inimigo de Israel.

Seu entusiasmo no Twitter lhe valeu até mesmo uma crise diplomática com o México em relação ao muro que Trump quer construir na fronteira sul dos Estados Unidos.

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