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Obama se despede com emotivo apelo por união

Thiago Vieira
Thiago Vieira
Publicado em 11/01/2017 às 7:21
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Obama deixa o cargo da presidência dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro / Foto: AFP

Obama deixa o cargo da presidência dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro Foto: AFP

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, formulou nesta terça-feira (10) um apelo à união "além das nossas divergências", em seu último discurso antes de entregar o comando do país ao republicano Donald Trump, no dia 20 de janeiro.

Em um discurso de quase uma hora em Chicago, cidade onde iniciou sua carreira política, Obama passou em revista a atual situação do país e alertou os americanos para a necessidade imperativa de se superar as divergências.

"A democracia requer um sentimento básico de solidariedade, a ideia de que além das nossas divergências estamos nisto juntos. Crescemos ou afundamos juntos".

Obama declarou que o futuro dos Estados Unidos exige o resgate dos valores fundamentais que marcaram a fundação da Nação, para que seja possível superar as divergências. "Todos nós, independentemente de partido político, temos que nos lançar na tarefa de reconstruir nossas instituições democráticas" e tratar de "reduzir a corrosiva influência do dinheiro em nossa política".

Os Estados Unidos estão "mais fortes" que há oito anos e a sociedade melhorou suas relações raciais, afirmou Obama, que admitiu que permanece uma "força de divisão" entre os americanos.

Em referência às críticas de Trump aos imigrantes durante a campanha eleitoral, especialmente contra os latino-americanos, Obama recordou que as mesmas coisas já foram ditas sobre irlandeses, italianos ou poloneses.

"Os Estados Unidos não se enfraqueceram com estes recém-chegados; eles abraçaram os princípios desta Nação e com isto o país foi fortalecido".

Obama recordou os sucessos de seus dois mandatos, como a recuperação da indústria automobilística, a criação de empregos e a retomada das relações com Cuba.

"Se há oito anos alguém afirmasse que abriríamos um novo capítulo com os cubanos (...) possivelmente teria dito que era uma visão muito otimista. Mas vocês conseguiram isto".

Discursando no centro de Convenções McCormick, junto ao lago Michigan, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos pediu ao povo americano que acredite em sua capacidade de promover mudanças e recordou que isto foi feito nos últimos oito anos.

"Peço que acreditem. Não na minha capacidade de promover mudanças, mas sim na capacidade de vocês", declarou Obama, antes de utilizar a frase que pavimentou seu caminho à presidência: "Sim, nos podemos! E fizemos".

Em outro trecho do longo discurso, Obama afirmou que negar o aquecimento global "trai as futuras gerações", ao defendeu o compromisso dos Estados Unidos para enfrentar a mudança climática.

"Podemos e devemos discutir sobre a melhor forma de abordar este problema, mas não podemos simplesmente negar o problema. Isto não apenas trairia as futuras gerações, mas também trairia o espírito essencial do nosso país".

Em meio ao frio de Chicago - cidade adotada por Obama e seu berço político - cerca de 18 mil pessoas assistiram ao último discurso do presidente, que teve a presença da primeira-dama, Michelle Obama, e do vice-presidente, Joe Biden.

Oito anos à frente da primeira potência mundial embranqueceram seus cabelos e emagreceram seu rosto, mas Obama termina seu mandato com um forte índice de aprovação.

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