Fora dos Estados Unidos desde 2013, Edward Snowden sabe que as coisas ficarão mais difíceis com Trump no poder Foto: Reprodução
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Desde setembro circula uma campanha pedindo o perdão presidencial que ganhou o apoio de personalidades como o financista George Soros e o CEO do Twitter, Jack Dorsey. A campanha alega que Snowden deve ser recebido em seu país como um herói por ações que beneficiaram a população, já que elas estabeleceram controles aos programas de vigilância americanos e levaram a leis de proteção à privacidade. Os advogados de Snowden estão tentando conseguir o perdão antes que Obama deixe o cargo, em janeiro, ou alcançar um acordo que o protegeria de passar muito tempo na cadeia.
Traidor
Durante a campanha eleitoral, Trump se pronunciou sobre Snowden: "Acho que ele é um traidor total e eu lidaria duramente com ele". Snowden afirmou repetidamente que estaria preparado para retornar aos Estados Unidos se pudesse se dirigir a um júri e apresentar as razões que o levaram a agir daquela forma. Mas isso é negado a ele devido às restrições da Lei de Espionagem sob a qual é acusado.
Questionado na entrevista, que foi conduzida pela jornalista veterana Katie Couric, sobre o que diria a Obama, Snowden admitiu que seu caso colocou o presidente em uma posição difícil. Mas afirmou ter ficado animado com o comentário de Obama de que Snowden realizou um serviço público ao iniciar um debate sobre as práticas de vigilância nos Estados Unidos. "Há uma coisa que espero que ele entenda. E acho, com base em suas declarações recentes, que entende. Ele disse que minhas ações, e este jornalismo, levantaram preocupações legítimas", disse Snowden.
O jornalismo está sob ameaça, e as pessoas no governo que sabem o que está acontecendo - "particularmente quando as operações do governo começam a ultrapassar os limites" - são mais importantes do que nunca, acrescentou. "Quando algo dá errado, não queremos que alguém se levante e diga algo sobre isso?", questionou.