Durante a campanha, Fillon se esforçou para demonstrar seu apego aos valores conservadores da família Foto: AFP
"Desejo boa sorte à França", disse Juppe em um discurso para admitir a derrota nas primárias, logo após os primeiros resultados chegarem. Juppé fez a sua campanha em sua habilidade de se opor a Le Pen construindo uma coalizão larga dos eleitores, indo da centro-direita à esquerda. Uma pesquisa realizada com 640 pessoas que votaram na primária de hoje, aberta a eleitores de todas as classes políticas, mostrou que 29% das pessoas que votaram em Juppé eram esquerdistas e 19% mais centristas.
A plataforma de Fillon é mais polarizadora. Ele pede cortes profundos nos gastos, afrouxando as leis trabalhistas que protegem os trabalhadores e incentivos fiscais para as empresas e os mais ricos. Se eleito presidente, Fillon diz que cortará 500 milhões de empregos do setor público e 100 bilhões de euros em gastos públicos, abolirá a semana de trabalho de 35 horas e elevará a idade de aposentadoria.
Durante a campanha primária, ele se esforçou para demonstrar seu apego aos valores conservadores da família. Fillon, que votou contra o casamento homossexual em 2013, diz que reverteria parte da lei relacionada ao direito dos casais do mesmo sexo de adotar e disse que lideraria uma campanha internacional contra a sub-rogação.
Avaliação da vitória
Sua plataforma enfrenta a forte oposição de eleitores esquerdistas com os quais o Partido Republicano contou para vencer a Frente Nacional em eleições passadas. Apenas 18% das pessoas que votaram em Fillon neste domingo vieram da esquerda ou do centro, segundo pesquisa.
As pesquisas de opinião mostram que os candidatos esquerdistas estão muito atrás, deixando Fillon com pouca oposição dos principais partidos.
Este ano, no entanto, os eleitores em todo o Ocidente surpreenderam os pesquisadores e especialistas ao desafiar suas previsões. Além disso, poucas pesquisas testaram Fillon como um candidato presidencial, e seus rivais ainda não começaram a fazer campanha seriamente.